Dólar fecha em alta ante o real após aceleração das cotações no exterior

Publicado 09.10.2025, 17:10
Atualizado 09.10.2025, 17:21
© Reuters.

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - A aceleração do dólar ante outras moedas fortes no exterior, em especial o iene e o euro, fez a moeda norte-americana ganhar força também ante as divisas de países emergentes nesta quinta-feira, incluindo o real.

Em paralelo, o mercado monitorava os desdobramentos da derrubada, pelo Congresso, da medida provisória sobre taxação de aplicações financeiras, uma dura derrota para o governo Lula, na noite de quarta-feira.

O dólar à vista encerrou a sessão em alta de 0,61%, aos R$5,3754. No ano, porém, a divisa acumula baixa de 13,01%.

Às 17h03, na B3, o dólar para novembro -- atualmente o mais líquido no Brasil -- subia 0,70%, aos R$5,4035.

No início do dia, o dólar chegou a oscilar em baixa no Brasil, em sintonia com o recuo da moeda norte-americana ante várias divisas pares do real, como o rand sul-africano, o peso chileno e o peso mexicano.

No entanto, a aceleração do dólar ante outras moedas fortes, como o iene e o euro, acabou empurrando as cotações em outras praças, inclusive no Brasil.

“O dólar subiu lá fora em relação a todas as moedas, muito em função do que a próxima primeira-ministra do Japão falou”, pontuou João Oliveira, superintendente de Câmbio na Moneycorp.

A chefe do partido governista do Japão, Sanae Takaichi, que caminha para se tornar primeira-ministra, disse que o banco central do país é responsável pela definição da política monetária, mas que qualquer decisão tem que se alinhar à meta do governo.

“Isso desvalorizou as demais moedas ante o dólar. O iene atingiu o menor valor em vários meses, e o real foi junto”, descreveu Oliveira.

Após registrar a cotação mínima de R$5,3240 (-0,36%) às 9h28, o dólar à vista escalou até a máxima de R$5,3808 (+0,71%) às 15h52, em um momento em que a moeda norte-americana também seguia forte no exterior.

No Brasil, os investidores também se mantinham atentos à Brasília, depois que a Câmara dos Deputados retirou de pauta, na noite de quarta-feira, a MP 1303, que tratava da taxação de aplicações financeiras, o que levou à perda de validade de uma das principais propostas de ajuste das contas do Executivo.

Na prática, o texto foi rejeitado sem sequer ter tido o mérito analisado. A MP teria impacto fiscal de R$14,8 bilhões em 2025 e de R$36,2 bilhões em 2026, considerando as novas receitas previstas e os cortes de despesas, conforme o Ministério da Fazenda.

Em entrevista à rádio Piatã, da Bahia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou antes da abertura dos mercados que discutirá com ministros na próxima semana como o sistema financeiro, especialmente as fintechs, pode pagar o imposto devido, após a queda da MP.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou pela manhã que apresentará a Lula várias alternativas à MP.

Também pela manhã, durante evento em São Paulo, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Nilton José David, avaliou que metade do ganho de valor do real este ano se deve à valorização da própria moeda brasileira, enquanto a outra metade se deve ao enfraquecimento do dólar.

O diretor do BC citou ainda uma característica do mercado de câmbio brasileiro, que tem mais de 90% da liquidez concentrada nos derivativos, contra cerca de 10% do segmento spot (à vista) -- ao contrário do que se vê em outros países, que concentram cerca de 50% em cada um dos segmentos.

Por conta disso, segundo ele, quando ocorre alguma disfuncionalidade no mercado de câmbio, atuar no spot não é o mais eficiente.

Nesta sessão, o Banco Central vendeu 40.000 contratos de swap cambial para rolagem dos vencimentos de novembro.

No exterior, às 17h06, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas fortes -- subia 0,56%, a 99,408.

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