Por Rania El Gamal e Olesya Astakhova e Ahmad Ghaddar
LONDRES/DUBAI/MOSCOU (Reuters) - A Opep+ retoma nesta sexta-feira negociações sobre um possível aumento em sua produção de petróleo, após os Emirados Árabes Unidos terem bloqueado um acordo na véspera, criando um impasse que pode resultar na chegada de menos petróleo ao mercado e impulsionar ainda mais os preços, que já atingiram máximas de dois anos e meio.
Sem um acordo, a aliança Opep+ pode manter restrições mais firmes de produção em momento em que os preços do petróleo operam ao redor de 75 dólares por barril, com alta de mais de 40% neste ano, enquanto consumidores desejam um aumento na oferta da commodity para ajudar na recuperação global da pandemia de Covid-19.
Os Emirados Árabes travaram um acordo que contava com apoio de Arábia Saudita e Rússia e previa um aumento de produção de 2 milhões de barris por dia (bpd) até o final de 2021, além de estender os cortes remanescentes de oferta até o final de 2022 --e não até abril do ano que vem, como acertado anteriormente.
As negociações entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), Rússia e outros aliados, que formam o grupo conhecido como Opep+, serão retomadas às 10h (horário de Brasília).
Se os Emirados Árabes Unidos bloquearem qualquer acordo, é provável os atuais cortes de produção, de cerca de 5,8 milhões de bpd, sejam mantidos em vigor. Há também uma pequena chance de que o acordo colapse e todos os países possam bombear o volume de petróleo que desejarem.
Fontes da Opep+ disseram que os Emirados Árabes não se opõem ao princípio de um aumento de oferta pelo grupo, mas quer que seu próprio nível de produção seja maior. O país defende que o patamar-base --nível a partir do qual os cortes são calculados-- foi originalmente estabelecido muito baixo, algo que estaria disposto a tolerar apenas se o acordo terminasse em abril.
(Reportagem da Equipe Opep)