DUBAI (Reuters) - A Opep+ considerará um corte na produção de petróleo de mais de um milhão de barris por dia (bpd) quando se reunir em 5 de outubro, disseram fontes da Opep à Reuters neste domingo, no que seria o maior movimento desde a pandemia da Covid-19 para lidar com a fraqueza do mercado de petróleo.
A reunião acontecerá em 5 de outubro, tendo como pano de fundo a queda dos preços do petróleo e meses de grave volatilidade do mercado que levaram a Arábia Saudita, principal produtor da Opep+, a dizer que o grupo poderia cortar a produção.
A Opep+, que agrega países da Opep e aliados como a Rússia, tem se recusado a aumentar a produção para reduzir os preços do petróleo, apesar da pressão dos principais consumidores, incluindo os Estados Unidos, para ajudar a economia global.
No entanto, os preços caíram acentuadamente no último mês devido a temores sobre a economia global e um rali do dólar americano depois que o Federal Reserve aumentou as taxas de juros.
Um corte significativo na produção deve irritar os Estados Unidos, que pressionam a Arábia Saudita a continuar bombeando mais para ajudar na queda dos preços do petróleo e na diminuição das receitas da Rússia, enquanto o Ocidente busca punir Moscou pelo envio de tropas à Ucrânia.
Na semana passada, uma fonte familiarizada com o pensamento russo disse que Moscou gostaria de ver a Opep+ cortando 1 milhão de bpd ou 1% da oferta global.
Esse seria o maior corte desde 2020, quando a Opep+ reduziu a produção em um recorde de 10 milhões de bpd devido à queda da demanda em razão da pandemia de Covid. O grupo passou os dois anos seguintes desfazendo esses cortes.
Neste domingo, as fontes disseram que o corte pode ultrapassar 1 milhão de bpd. Uma das fontes sugeriu que os cortes também poderiam incluir uma redução voluntária adicional da produção pela Arábia Saudita.
A Opep+ se reunirá pessoalmente em Viena pela primeira vez desde março de 2020.
(Por Maha El Dahan e Olesya Astakhova)