LONDRES (Reuters) - É improvável que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) convoque uma reunião de emergência, conforme proposto pela Venezuela, disseram duas fontes da organização nesta terça-feira, em um sinal de que o grupo não tem pressa para discutir uma resposta coletiva para a acentuada queda nos preços do petróleo.
Na semana passada, a Venezuela foi o primeiro membro da Opep a pedir uma reunião de emergência para tentar conter a queda nas cotações, que já despencaram para perto de 86 dólares por barril nesta terça, menor patamar em quatro anos.
No entanto, a sugestão foi recebida com frieza por outros membros da Opep, que parecem estar divididos sobre qual ação deveria ser tomada, se é que deveria ser tomada, para interromper a queda.
A próxima reunião regular da Opep está marcada para 27 de novembro, em Viena.
"A reunião ordinária não está muito distante", disse um delegado da Opep, que pediu para não ser identificado. "Seria surpreendente uma reunião antecipada."
Embora a queda de preços cause preocupações para alguns países da Opep, a chance de uma ação coletiva parece pequena.
O Kuweit disse no domingo que a Opep não deverá cortar produção, enquanto a Arábia Saudita informou à Opep que aumentou sua produção em setembro.
De fato, a Arábia Saudita vem informando reservadamente a agentes do mercado que está confortável com preços menores, em uma mudança de política que teria como objetivo manter fatia de mercado nos próximos anos, disseram fontes à Reuters, na segunda-feira.
Outra fonte da Opep minimizou a chance de um encontro de emergência.
"Nenhuma preparação está sendo feita. Parece que o assunto praticamente morreu", disse a fonte.
O primeiro delegado disse esperar que a demanda de inverno deverá sustentar o mercado de petróleo nos próximos meses e que uma alta do dólar poderá compensar parcialmente o impacto dos preços menores do petróleo para alguns produtores.
"Nesta época do ano é comum haver alguma fraqueza de preços", disse o delegado da Opep.
(Por Alex Lawler)