Por Alex Lawler
LONDRES (Reuters) - A Opep cortou nesta quinta-feira sua previsão de crescimento da demanda mundial de petróleo para 2022 pela terceira vez desde abril, citando o impacto econômico da invasão da Ucrânia pela Rússia, alta inflação e esforços para conter a pandemia de coronavírus.
A visão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo contrasta com a da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), consultora dos países industrializados, que na quinta-feira elevou sua perspectiva de crescimento da demanda para 2022. [IEA/M]
Em um relatório mensal, a Opep disse que espera que a demanda por petróleo em 2022 aumente 3,1 milhões de barris por dia (bpd), ou 3,2%, uma queda de 260.000 bpd em relação à previsão anterior. A IEA elevou sua previsão em 380.000 bpd, para 2,1 milhões de bpd.
O uso de petróleo se recuperou do pior da pandemia e deve superar os níveis de 2019 este ano, mesmo depois que os preços atingiram recordes. No entanto, os altos preços e os surtos de coronavírus na China afetaram as projeções de crescimento da Opep para 2022.
A Opep cortou sua previsão de crescimento econômico global em 2022 de 3,5% para 3,1% e no próximo ano para 3,1%, dizendo que a perspectiva de mais fraqueza permanece.
A Opep+, grupo inclui a Opep e aliados como a Rússia, está aumentando a produção de petróleo após cortes recordes implementados quando a pandemia surgiu em 2020.
Nos últimos meses, a Opep+ não conseguiu atingir plenamente seus aumentos de produção planejados devido ao subinvestimento em campos petrolíferos por alguns membros e por perdas na produção russa.
O relatório mostrou que a produção da Opep em julho aumentou 162.000 bpd para 28,84 milhões de bpd, um aumento menor do que o prometido.
(Por Alex Lawler)