VIENA (Reuters) - As perspectivas do mercado de petróleo para 2020 podem ter um potencial positivo, parecendo minimizar a necessidade de cortes mais profundos na produção, disse nesta terça-feira o secretário-geral da Opep, Mohammad Barkindo.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados liderados pela Rússia se reúnem em dezembro para revisar a política de produção.
Desde janeiro, a chamada aliança Opep+ implementou um acordo para reduzir a produção de petróleo em 1,2 milhão de barris por dia para apoiar o mercado. O pacto termina em março de 2020.
"Com base nos números preliminares, 2020 parece ter potencial positivo", disse Barkindo em entrevista.
Questionado se estava mais otimista em relação ao mercado do que em outubro, quando disse que todas as opções estavam abertas, incluindo um corte mais profundo, Barkindo respondeu que o quadro havia melhorado.
"Definitivamente, existem pontos mais brilhantes. As perspectivas à medida que nos aproximamos de 2020... Os números estão parecendo mais refinados e a imagem está parecendo mais brilhante", disse ele.
Sobre se o mercado parecia estar com excesso de oferta para o próximo ano, Barkindo disse: "Ainda não estamos lá. Não é possível para nós antecipar todos os processos" de revisão do mercado antes da reunião de dezembro.
Barkindo também disse que o Brasil seria bem-vindo ao grupo de produtores de petróleo, mas o país ainda não havia feito um pedido oficial para isso.
"Eles seriam muito bem-vindos", disse Barkindo a repórteres, acrescentando que as consultas foram realizadas em Riad.
O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, disse no mês passado que gostaria que seu país se juntasse à Opep, uma medida que adicionaria o novo produtor mais significativo ao cartel de petróleo por anos.
O presidente disse que consultaria sua equipe, mas a declaração sobre a Opep encontrou ceticismo no setor de energia do Brasil.
Mais cedo na terça-feira, a Opep divulgou seu World Oil Outlook 2019, no qual o grupo de produtores disse que forneceria uma quantidade decrescente de petróleo nos próximos cinco anos, à medida que a produção dos EUA e outros rivais se expandem.
(Por Alex Lawler)