Investing.com – A perspectiva de crescimento, inflação e política monetária americana segue como principal influenciadora nas cotações do ouro e da prata no momento. Com diminuição nos riscos de recessão nos Estados Unidos, diante de uma economia mais resiliente, as expectativas de uma rápida reversão da política monetária desapareceram, o que deve afetar a busca por um porto seguro e diminuir a demanda pelo ouro, no entendimento do banco suíço Julius Baer.
Em nota divulgada aos clientes e ao mercado, o Julius Baer avalia que as altas taxas de juros nos EUA “estão mantendo os buscadores de portos seguros longe dos mercados em meio a alternativas mais atraentes em títulos do Tesouro”.
Após a divulgação da ata do Comitê Federal de Mercado Aberto dos EUA (FOMC), que define as taxas de juros no Federal Reserve, o entendimento foi de que a maioria dos participantes do mercado financeiro não espera mais aumentos nas taxas de juros, visão compartilhada pelo banco. Mesmo assim, os membros do Comitê ainda enxergam riscos ascendentes para a inflação, o que pode levar a novos aumentos, tendo em vista que o próprio presidente do Fed, Jerome Powell, buscou reforçar em sua última coletiva de imprensa que as decisões seriam baseadas nos próximos dados a serem divulgados, evitando se comprometer e deixando a porta mais aberta para eventuais mudanças.
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Sem rali do ouro
Ainda que ocorra o fim do aperto monetário, a medida não seria suficiente para atrair os buscadores de porto seguro de volta aos mercados, reforça Carsten Menke, chefe de pesquisa de próxima geração do Julius Baer, que não acredita no reinício do rali do ouro tão cedo.
“Em vez disso, as taxas de juros devem permanecer mais altas por mais tempo, e os atraentes rendimentos do Tesouro estão mantendo os buscadores de portos seguros longe dos mercados, levando a novas vendas de ouro e prata de produtos com garantia física nas últimas semanas”, aponta, ao indicar que vê “mais desvantagens do que vantagens para os preços do ouro em relação aos níveis atuais, garantindo uma visão cautelosa inalterada”.
Às 11h47 (de Brasília), os futuros do ouro recuavam 0,18% a US$1.924,75