O contrato mais líquido do ouro fechou em alta nesta sexta-feira, 6, em sessão marcada pela publicação do relatório de empregos (payroll) dos Estados Unidos, que ajudou na desvalorização do dólar ante rivais, moeda na qual a commodity é cotada. O metal precioso também foi beneficiado pela queda nos rendimentos dos Treasuries, que competem com o ouro na busca por segurança.
Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para fevereiro fechou em alta de 1,58%, a US$ 1869,70 por onça-troy. Na variação semanal, o aumento foi de 2,38%.
A publicação do payroll dos EUA, que indicou um mercado de trabalho ainda forte, mas com crescimento do salário médio por hora abaixo do esperado, ajudou a impulsionar commodities com a desvalorização do dólar.
Segundo análise de Edward Moya, da Oanda, os resultados ajudaram a commodity por apoiar a ideia de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) está quase terminando o aumento nas taxas de juros, movimento que vem prejudicando commodities.
Entretanto, o economista defende que ainda são necessárias mais evidências de que a inflação está em tendência de queda. Moya cita o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) de serviços dos EUA, feito pelo Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês) de Chicago, que, segundo ele, mostrou ainda sinais de enfraquecimento de economia, o que sugere que investidores devem manter o ouro.
Já para o Commerzbank, os ganhos do ouro se relacionam com o otimismo dos investidores, visto que, segundo análise enviada para clientes, qualquer recuperação duradoura dos preços no mercado de ouro exigirá uma mudança de sentimento entre os investidores, que ainda se encontram cautelosos com a commodity.
"Eles parecem estar esperando o fim do ciclo de aumento de juros nos EUA. No curto prazo, vislumbramos um risco de retrocesso no mercado de ouro", afirma o Commerzbank.