O contrato mais líquido do ouro fechou em alta nesta quinta-feira, 15, em sessão na qual os investidores avaliaram as perspectivas para inflação nos Estados Unidos e a postura do Federal Reserve (Fed), especialmente por parte do presidente da autoridade monetária, Jerome Powell. Hoje, o dirigente admitiu que os preços estão acima da meta, mas voltou a afirmar que se o potencial caráter transitório da inflação se confirmar, não há motivos para novas medidas. Por outro lado, a valorização do dólar ante pares limitou os ganhos do ouro, uma vez que, dessa forma, o metal cotado na moeda americana fica mais caro para detentores de outras divisas.
Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange, o ouro com entrega prevista para agosto encerrou a sessão com ganho de 0,22%, a US$ 1.829,00 a onça-troy.
No Senado americano, Powell admitiu que a inflação nos EUA está em nível "desconfortável" para o Fed. O presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, por outro lado, afirmou em entrevista que defende que a autoridade monetária inicie o quanto antes o processo de "tapering", como é chamada a retirada gradual dos estímulos monetários, de forma a evitar um choque nos mercados caso o Fed tenha que responder de maneira repentina se a inflação alta persistir em 2022.
Avaliando o cenário, o Commerzbank aponta que a queda no preço do ouro em meados de junho deveu-se principalmente ao fato de o Fed ter levantado a perspectiva de um aumento antecipado das taxas de juros. "Portanto, é lógico que o preço do ouro deva agora reverter gradualmente sua queda", segundo o banco alemão, diante de um cenário mais dovish por parte da autoridade, o que já havia sido percebido ontem após a fala de Powell na Câmara dos Representantes.
Na sessão de hoje, o recuo nos juros dos Treasuries também beneficiou o ouro, já que ambos os ativos concorrem como refúgio quando há certa cautela no mercado.