O contrato futuro de ouro fechou em alta nesta terça-feira, 31, após novos sinais de esfriamento da inflação nos EUA, que devem corroborar redução no ritmo de aperto monetário do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) na decisão da quarta-feira. A notícia de que a demanda global pelo metal precioso subiu ao nível mais alto em mais de uma década também ficou no radar de investidores.
Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro para abril encerrou a sessão com ganho de 0,31%, a US$ 1.945,30 a onça-troy. Em janeiro, os ganhos superaram 5%.
A desaceleração do índice de custo de emprego nos EUA no quarto trimestre, informada nesta manhã, serviu de nova evidência de arrefecimento das pressões inflacionárias no país. A confiança do consumidor, por sua vez, teve inesperada queda, de acordo com o Conference Board.
A combinação de inflação em baixa com piora nas condições econômicas reforça a tese de que o Fed colocará o pé no freio no processo de elevação de juros amanhã. O mercado consolidou expectativa por alta de 25 pontos-base na taxa básica, após aumento de 50 pontos-base em dezembro.
"As apostas de aumento das taxas de juros do Fed continuam a ser reduzidas, à medida que Wall Street aumenta a confiança de que essa onda de fraqueza econômica será suficiente para colocar a inflação abaixo de 4%", explica o analista Edward Moya, da Oanda.
O quadro é favorável ao ouro, cujo consumo tem sido impulsionado também por bancos centrais. Relatório do World Gold Council informou nesta terça que a demanda global por ouro em 2022 teve crescimento de 18% ante o ano anterior, a 4.741 toneladas, no maior nível desde 2011.