O contrato mais líquido do ouro fechou em alta nesta segunda-feira, 22, retomando a marca simbólica de US$ 1.800 a onça-troy. O metal precioso foi beneficiado pela fraqueza do dólar ante moedas rivais e ganhou certo fôlego com uma pausa temporária no aumento dos juros dos Treasuries de longo prazo, movimento que foi revertido nesta tarde. A atenção do mercado ao avanço dos rendimentos dos títulos soberanos, que vem ocorrendo nas economias desenvolvidas, marcou a sessão desta segunda-feira.
Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega agendada para abril encerrou com alta de 1,74%, a US$ 1808,40 a onça-troy, maior valor desde 12 de fevereiro.
Na manhã desta segunda-feira, o retorno do Gilt do Reino Unido de 10 anos atingiu maior valor em 11 meses, seguindo recordes semelhantes dos papéis de França, Alemanha e EUA. No país, o juros da T-note de 10 chegaram a 1,4%, seu maior valor em um ano. "O aumento das taxas de juros é como criptonita em relação ao ouro, que é muito sensível às perspectivas do valor real do dinheiro", afirma Adrian Ash, diretor de pesquisa da BullionVault.
Como o ouro não rende juros, "tende a sofrer quando os rendimentos aumentam", aponta o Commerzbank. No entanto, ao longo da sessão, com os títulos diminuindo seus rendimentos, o ouro passou a ser visto como mais atrativo para parte dos investidores, levando à alta. Nesta tarde, contudo, os juros longos dos Treasuries voltaram a subir.
O ouro também foi beneficiado pela queda do dólar ante os pares. Com esse movimento, os contratos da commodity ficam mais baratos e atrativos para detentores de outras divisas, aumentando a demanda.
Porém, o Commerzbank avalia que o momento não traz indícios de fundamentos que impulsionem o metal. "O clima otimista nos mercados de ações, que está sendo alimentado por programas de vacinação em andamento e queda no número de casos da covid-19 em todo o mundo e o aumento dos rendimentos dos títulos são fatores que pesam sobre o preço do ouro", que é considerado um ativo de segurança.
*Com informações Dow Jones Newswires.