O ouro fechou em alta nesta sexta-feira, 30, e acumulou ganho semanal de 1%, apoiado pela pausa nos últimos dias do aumento dos juros dos Treasuries e do rali do dólar ante rivais. O movimento no mercado de renda fixa americano responde à queda nas expectativas de inflação e à percepção entre investidores de que o juro básico nos EUA deve chegar ao sue pico em breve.
Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para dezembro avançou 0,20% hoje e 0,99% na semana, a 1.672,00 por onça-troy.
Segundo o analista Edward Moya, da Oanda, a queda nas expectativas inflacionárias nos EUA - como mostrou a última pesquisa da Universidade de Michigan - e a confiança de investidores de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) está perto do pico de seu aperto monetário são os fatores que explicam o recuo dos rendimentos na renda fixa americana.
O movimento dos Treasuries é benéfico ao ouro, já que ambos concorrem como ativos de segurança do mercado.
"Se os juros de curto prazo continuarem caindo, a recuperação do ouro pode correr para o nível de US$ 1,7 mil", diz o economista.
Moya ainda comenta que a perspectiva econômica na China tem melhorado diante do apoio governamental ao setor imobiliário.
A Capital Economics, por sua vez, destaca o recuo do dólar após o índice DXY, que compara a divisa em relação a uma cesta de outras seis moedas fortes, atingir seu maior nível em duas décadas. "Dito isso, suspeitamos que isso seja pouco mais do que um alívio temporário. O quadro geral é que o Fed está no modo de aperto agressivo", pondera.
Desta forma, o ouro deve recuar um pouco mais até o fim do ano e terminar 2022 cotado em US$ 1,65 mil, segundo a previsão da consultoria.