O contrato futuro de ouro mais líquido fechou em baixa nesta sexta-feira, 18, em meio ao noticiário positivo sobre vacinas contra o novo coronavírus, o que aumenta a perspectiva de recuperação econômica e diminui a demanda pela segurança do metal precioso. A commodity também sofreu com a recuperação do dólar, puxada principalmente pelas perdas do euro e da libra após o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, dizer que as tratativas pelo acordo comercial pós-Brexit com a União Europeia (UE) estão "difíceis".
Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para fevereiro encerrou com perda de 0,08%, a US$ 1.888,9 a onça-troy.
Na semana, porém, o metal registrou variação positiva de 2,35%, já que nos últimos dias o mercado acompanhou os avanços na negociação por estímulos fiscais nos Estados Unidos, além do posicionamento dovish do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), em decisão de política monetária divulgada na quarta-feira, 16. As perspectivas de mais estímulos tendem a elevar expectativas de inflação, o que beneficia o metal precioso ao prejudicar os retornos dos juros dos Treasuries.
Nesta sexta, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que 2 bilhões de doses de vacinas contra a covid-19 serão disponibilizadas aos 190 países signatários do consórcio Covax até o fim do primeiro semestre do ano que vem.
Nos EUA, após ser vacinado, o vice-presidente Mike Pence disse que o país pode aprovar um segundo imunizante em "algumas horas", se referindo ao produto da Moderna. A empresa informou nesta sexta que a UE decidiu exercer seu direito de compra por mais 80 milhões de doses de sua vacina.
"As recentes quedas nos preços do ouro refletem a menor demanda de refúgio seguro em resposta à perspectiva de vacinação em massa em 2021 e crescimento econômico mais forte", explica a Capital Economics, em relatório enviado a clientes.