O ouro fechou em baixa nesta segunda-feira, diante do avanço dos rendimentos dos Treasuries por conta da perspectiva de alta inflacionária nos Estados Unidos após a aprovação, pela Câmara dos Representantes, do pacote de estímulos fiscais no país. A renda fixa costuma disputar com o ouro a preferência dos investidores que buscam alternativas mais conservadoras de investimentos.
Ao mesmo tempo, o avanço dos rendimentos dos bônus dos títulos da dívida pública americana impulsionam o dólar ante moedas concorrentes, tornando o metal precioso mais caro para quem opera outras divisas.
O ouro com entrega prevista para abril recuou 0,34%, e terminou o dia cotado a US$ 1723,00 a onça-troy na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).
Após subir mais de 1% mais cedo, o ouro perdeu força com as perspectivas de alta na inflação dos EUA, que não só alimentaram a busca pelo metal, como também impulsionaram o movimento de venda dos títulos da dívida pública americana e a valorização do dólar.
Segundo avalia o analista do Commerzbank, Carsten Fritsch, em relatório a clientes, "o ouro continua a seguir as tendências de rendimento dos Treasuries de muito perto", apontando para os movimentos da sessão anterior.
"Quando os rendimentos aumentaram mais uma vez na sexta-feira, o ouro inicialmente entrou em baixa. Quando o mercado de títulos se recuperou no final das negociações e os rendimentos dos títulos da T-note de 10 anos caíram 15 pontos-base em resposta, o preço do ouro também se recuperou", explica o analista do banco alemão.
Entre as razões para as perdas recentes do metal, a Capital Economics também aponta para um fluxo de saída de fundos negociados em bolsa (ETFs, na sigla em inglês) dos contratos futuros do ouro, à medida que a demanda de investidores por ativos de segurança diminui com a retomada da economia americana, por meio da vacinação contra a covid-19 e do próprio pacote fiscal, que ainda precisa passar pelo crivo do Senado americano.