O contrato futuro mais líquido do ouro fechou em alta nesta sexta-feira, 19, em sessão volátil, impulsionado pelo recuo do dólar, mas contido por um cenário global de juros mais altos de bônus públicos, os quais rivalizam com o metal como reserva de segurança. As pressões sobre o ouro, que levaram a um recuo na semana, dificultam uma alta no curto prazo, na visão de analistas, mas há perspectiva de avanços mais adiante.
Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega para abril subiu 0,13%, a US$ 1.777,40 a onça-troy. Na semana, a commodity se desvalorizou 2,52%. Na sessão de hoje, o ouro chegou a cair brevemente abaixo de US$ 1.760 por onça-troy pela primeira vez desde o início de julho, de acordo com o Commerzbank.
O preço do ouro está enfrentando "muitos ventos contrários e não consegue retomar sua tendência de alta", avalia o Commerzbank. "Embora não excluamos a possibilidade de o ouro cair ainda mais no curto prazo, estamos convencidos de preços significativamente mais altos no longo prazo", projeta o banco alemão, que espera uma retomada do metal a US$ 2 mil a onça-troy no final de 2021 e podendo chegar a US$ 2.300 ao fim de 2022, seguindo a demanda dos investidores.
Hoje, a alta foi contida pela alta no retorno de títulos em economias desenvolvidas. O retorno do JGB de 10 anos, no Japão, atingiu seu maior nível em 2 anos mais cedo, acima de 0,1%, enquanto, o rendimento da T-note de 10 anos se elevava a 1,345% e o da T-bond de 30 anos, a 2,139% nos Estados Unidos, às 16h22 (horário de Brasília).
Por outro lado, na sessão de hoje o Commerzbank apontou "os mercados de ações sofrendo alguma pressão, e o dólar dos EUA também tenha se depreciando, ambos argumentos a favor do ouro, que atua como um porto seguro e antípoda à moeda americana" como fatores que impulsionaram o metal.