O ouro reverteu ganhos de mais cedo e encerrou em queda nesta quinta-feira, 2, com o fortalecimento do dólar após decisões monetárias do Banco da Inglaterra (BoE) e do Banco Central Europeu (BCE). O metal precioso chegou a ser cotado na máxima em 10 meses, ultrapassando US$ 1975 por onça-troy, mas o movimento não se sustentou. Investidores agora aguardam dados do payroll (dado de emprego) dos Estados Unidos, que podem consolidar expectativas para os juros americanos e ditar a direção do ouro.
Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro para abril encerrou a sessão com perda de 0,62%, a US$ 1.930,80 a onça-troy.
O ouro foi afetado pelas sinalizações dos bancos centrais na Europa de que a guerra contra a inflação ainda não está vencida, o que enfraqueceu as moedas locais e conferiu impulso ao dólar, retirando atratividade da commodity, que é negociada na moeda americana.
Enquanto na Europa BCE e BoE indicam que mais altas de 0,50 ponto porcentual nos juros devem vir adiante, nos EUA o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) desacelerou seu ritmo de elevação de juros para 0,25 ponto porcentual nesta semana e o mercado já incorpora mais de 60% de chance de um corte de taxa ainda em 2023.
Segundo o analista da Oanda, Edward Moya, traders de ouro precisam de um mercado mais confiante de que o corte nas taxas de juros irá acontecer antes do final do ano. "Eles precisam ver os sinais de desinflação permanecerem fortes e o mercado de trabalho suavizar para que a tendência de alta nas negociações do ouro continue", afirma.
Investidores também mantém no radar os dados de payroll dos Estados Unidos, divulgados na sexta-feira, 3. De acordo com o Morgan Stanley (NYSE:MS), uma pausa no ciclo de aperto monetário seria possível já em março, contudo uma geração de empregos mais forte seria um risco de alta para os juros americanos.