O ouro caiu nesta terça-feira, 30, pressionado pelo avanço dos rendimentos dos Treasuries, que vêm subindo em meio à perspectiva da continuidade de uma postura hawkish do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). As quedas do metal precioso, no entanto, foram contidas pelo enfraquecimento do dólar.
Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro para dezembro terminou em baixa de 0,76%, em US$ 1.736,3 a onça-troy.
De acordo com Edward Moya, da Oanda, os preços do ouro estão caindo à medida que os investidores continuam vendo dados de inflação elevada que apoiam o argumento de mais aperto dos bancos centrais globais.
"A fase difícil do ouro parece que vai continuar um pouco mais", destaca ele, em relatório enviado a clientes. "Um dólar mais fraco e uma fuga para a segurança pode ser o que é necessário para o ouro se estabilizar e isso pode estar acontecendo. Se o BCE não decepcionar e entregar um aumento maciço da taxa de 75 pontos-base e se as ações caírem à medida que as expectativas de ganhos desmoronam, o sangramento do ouro pode parar. Os riscos geopolíticos e o impacto da crise energética global no crescimento devem eventualmente levar a fluxos de refúgio para o metal amarelo", pondera.
O Commerzbank comenta que o preço do ouro eliminou os ganhos que havia acumulado nos dias anteriores ao discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, em Jackson Hole.
"Antes do discurso, os participantes do mercado, em sua maioria, anteciparam um tom menos agressivo de Powell. Isso agora reflete em expectativas de taxas de juros significativamente mais altas", diz o banco.