O contrato mais líquido do ouro fechou em baixa nesta segunda-feira, 22, com o ativo pressionado pela alta do dólar. O recuo do metal precioso se dá apesar das crescentes preocupações com a alta inflação e risco de recessão nos Estados Unidos, notam analistas, enquanto operadores aguardam o Simpósio de Jackson Hole, do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), esta semana.
O ouro para dezembro fechou em baixa de 0,82%, em US$ 1.748,40 a onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).
Os preços do ouro estão se enfraquecendo enquanto o dólar retoma forças ante rivais. O movimento se dá em meio à preparação de investidores para um discurso hawkish do presidente do Fed, Jerome Powell, no Jackson Hole, afirma o analista da Oanda Edward Moya.
O evento tem início na próxima quinta-feira, 25. "O ouro acabará por se estabelecer em uma faixa de negociação, mas parece que o piso pode ser um pouco mais baixo, pois os riscos da inflação de energia e alimentos podem manter o Fed ainda agressivo com aumentos de taxas no novo ano", observa.
O Commerzbank, por sua vez, afirma que, durante o segundo trimestre, o ouro "não fez jus" à reputação de proteção contra inflação e porto seguro em tempos de crise. "Embora as taxas de inflação nos EUA e na Europa sejam mais altas do que há décadas, o preço do ouro esteve sob pressão de venda."
O banco alemão diz ainda que "mais e mais investidores jogaram a toalha", dada sua decepção com a contínua fraqueza dos preços do metal e desistiram de seus investimentos anteriormente feitos em ouro, o que colocou uma pressão adicional sobre o preço.
No radar, também esteve estímulo pelo governo chinês a diferentes setores da economia, além do corte de juros para empréstimos de 1 e 5 anos pelo Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês).