O contrato mais líquido do ouro fechou quase estável nesta terça, 15, apagando uma parte dos ganhos que o metal teve nos últimos dias. As movimentações da cotação vem seguindo o dólar, moeda na qual o ouro é cotado, e os rendimentos dos Treasuries, ativos que rivalizam com o metal. Depois dos recentes avanços, analistas ponderam se a commodity conseguirá sustentar um nível mais alto de preços.
Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para dezembro caiu 0,01%, a US$ 1776,8 por onça-troy.
"Apesar de sua recente alta, achamos que o ouro estará sob pressão renovada em breve em meio aos elevados rendimentos reais nos Estados Unidos", avalia a Capital Economics. Além de títulos do governo e ações globais, o preço do ouro teve um dos maiores aumentos com os dados da inflação americana mais suaves do que o esperado na semana passada, lembra a consultoria. "Acreditamos que este último rali é em grande parte impulsionado pela fraqueza do dólar", avalia, apontando que o ouro subiu quase 10% desde o começo de novembro.
No entanto, "não achamos que essa retração do dólar seja o início de uma reversão sustentada. Em vez disso, esperamos que o dólar atinja novos máximos cíclicos nos próximos trimestres, à medida que a economia global entra em recessão", afirma a Capital Economics. Além disso, o rendimento dos Treasuries permanecem elevados, caindo apenas 25 pontos base em relação ao pico de quase uma década na semana passada, lembra. "Mesmo que caia um pouco mais, os rendimentos ainda implica, um preço de ouro muito mais baixo", afirma a consultoria.
"Isso nos sugere que os ventos contrários ao ouro - um dólar forte e altos rendimentos reais - permanecerão. Esperamos que o preço caia para US$ 1.650 nos próximos meses", conclui.