Por Barani Krishnan
Investing.com - Os preços do ouro subiram pelo segundo dia consecutivo na terça-feira (29), voltando ao nível-chave de US$ 1.900, depois que o dólar e os mercados de ações despencaram antes do debate do presidente Donald Trump com o desafiante Joe Biden, que poderia impactar o resultado da eleição de 2020 nos EUA.
O ouro dos EUA para entrega em dezembro subia US$ 18,25, ou 1%, a US$ 1.900,55 por onça na Comex de Nova York. O contrato futuro de ouro ganhou 2% cumulativos desde o início da semana, caminhando para sua melhor semana em quase dois meses.
O ouro à vista, que reflete as negociações em tempo real em lingotes, subia US$ 14,43, ou 0,8%, para US$ 1.895,83 às 16h38 (horário de Brasília), após uma alta da sessão anterior em US$ 1.899,12.
O republicano Trump e o democrata Biden estarão frente a frente em seu primeiro debate às 22h para a eleição presidencial dos EUA de 3 de novembro.
O estado da economia, o manejo da pandemia de Covid-19 e as questões de desigualdade racial e lei e ordem são provavelmente os principais tópicos em seu confronto. Horas antes do debate, Biden também divulgou suas declarações de impostos - um movimento que pode pressionar Trump, que não fez o mesmo e foi acusado pelo New York Times de ter pago menos do que deveria ou sequer ter pago impostos por muitos anos.
A alta do ouro pode ganhar mais ímpeto, levando-o mais perto de recordes acima de US$ 2.000 atingidos em agosto, se Biden tiver um bom desempenho. Um voto em Biden é visto como um voto contra o dólar, que se tornou a proteção padrão para tudo o que o governo Trump representa. Uma média de pesquisas no RealClearPolitics.com coloca Biden quase 7 pontos à frente de Trump nacionalmente.
“É uma grande semana para o dólar - eleição presidencial, relatório de empregos, etc. - então podemos ver algumas grandes oscilações nos próximos dias”, disse Craig Erlam, analista macro da OANDA em Nova York. “Eu não acho que a correção foi concluída e esta pequena realização de lucros que estamos vendo pode não durar. Se for esse o caso, pode haver muito mais desvantagens por vir.”
O Índice Dólar, ou DX, que acompanha o desempenho da divisa contra seis moedas, caía 0,4% a 93,922, após uma máxima de dois meses de 94,795 na sexta-feira. O DX caiu 0,8% na semana até agora, embora permaneça em alta de 2% em setembro, representando seu melhor retorno em 14 meses.
O ouro bateu recordes pela última vez em 7 de agosto, quando o preço à vista, que acompanha o ouro, atingiu US$ 2.703 a onça, em meio a um pico de US$ 2.089 para futuros negociados na Comex de Nova York. O próximo flerte do metal amarelo em US$ 2.000 veio quase duas semanas depois - entre 17 e 18 de agosto. Apesar disso, ele tem sido negociado nas faixas de US$ 1.980 - US$ 1.960; US$ 1.960 - US$ 1.930; e US$ 1.930 - US$ 1.900.
Esta semana o limite caiu, indo de US$ 1.900 para US$ 1.849, antes da recuperação de segunda-feira.
Além do debate presidencial, o outro evento principal desta semana são os dados de empregos nos EUA para agosto, que devem ser divulgados via folha de pagamento não-agrícola na sexta-feira. O ouro pode disparar mais se os dados vierem abaixo das previsões de 850.000 novas vagas, após o crescimento de 1,37 milhão de empregos em julho.