Por Barani Krishnan
Investing.com – O ouro retornou brevemente, nesta terça-feira, ao patamar que os investidores tanto queriam alcançar: US$ 1800.
O contrato futuro do ouro negociado na Comex de Nova York com vencimento em dezembro tocou a máxima da sessão a US$ 1.804,95 por onça-troy, antes de se consolidar em US$ 1.798,20 na manhã de hoje.
Já o preço à vista do lingote permaneceu abaixo do nível de US$ 1800, com pico em US$ 1.788,12.
“O mercado futuro estendeu o movimento de alta, mas o potencial de valorização permanece intacto”, afirmou o analista técnico Sunil Kumar Dixit. “O jogo ainda não acabou até que a Comex alcance pelo menos US$ 1830 ou 1835.”
O ouro da Comex teve que se esforçar um pouco para retornar ao importante nível psicolótico do qual se afastou em 1 de julho, em meio ao meteórico rali do dólar e a apostas de elevações maiores de juros pelo Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA).
O Índice Dólar, que compara a moeda americana a uma cesta de seis grandes divisas, atingiu a mínima de quase três semanas a 104,92 na terça-feira, despencando em relação à máxima de duas décadas de 109,14, tocada em 14 de julho.
A taxa dos títulos americanos também empreendeu alta junto com o dólar, pressionando o ouro no início deste mês, mas voltou a recuar, com a nota referencial de 10 anos do Tesouro dos EUA atingindo a mínima de cinco meses de 2,52%.
A virada do ouro da Comex em direção a US$ 1800 ocorreu depois que o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou, na última quarta-feira, que o banco central americano não poderia prever se manteria as elevações agressivas de juros que vem realizando desde março para combater a inflação.
O metal amarelo ganhou força após a divulgação do PIB dos EUA no 2º tri, na sexta-feira, mostrando que a economia do país havia entrado em uma recessão técnica.
O cenário de recessão e pico nas taxas de juros dos EUA impulsionou uma alta de 2,2% do ouro na semana passada, marcando seu melhor desempenho semanal desde a semana de 25 de fevereiro.
Desde então, o metal precioso vem atuando como porto seguro, graças, em parte, à viagem da presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Nancy Pelosi, a Taiwan, gerando protestos por parte da China.