O ouro fechou em alta nesta quinta-feira, enquanto investidores ponderam sobre a decisão monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), que elevou na quarta-feira os juros básicos em 25 pontos-base. Segundo analistas, o mercado está precificando uma pausa em breve no ciclo de aperto, tendo em vista as turbulências no sistema bancário, o que enfraqueceu o dólar no exterior e aumentou a atratividade do ouro.
Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para abril fechou em alta de 2,37%, a US$ 1.995,90 por onça-troy.
Na visão do TD Securities, o Fed teria "saído do piloto automático" ao reconhecer a natureza desinflacionária do estresse bancário, sugerindo que uma estratégia menos agressiva para os juros pode ser necessária em breve.
Caso um cenário desinflacionário se confirme, o impulso poderia ser suficientemente amplo para o banco central começar a cortar juros ainda neste ano, analisa o TD. "A tendência de alta para o ouro permanece positiva", afirma o banco de investimentos.
Analista da Oanda, Edward Moya aponta que o ouro "está se tornando o ativo preferido de Wall Street", à medida que investidores continuam "nervosos" após a decisão do Fed e enquanto ainda restam temores sobre quão rápido as autoridades dos EUA irão controlar as turbulências bancárias.
"O ouro vai brilhar aqui e parece posicionado para encontrar estabilidade acima do nível de US$ 2.000. Uma corrida para território recorde não está tão longe e pode acontecer se as preocupações com a estabilidade financeira não forem atenuadas", avalia Moya.