Por Daphne Psaledakis
LUXEMBURGO (Reuters) - Países da União Europeia, manifestando preocupação sobre um relatório das Nações Unidas sobre aquecimento global, concordaram nesta terça-feira em buscar um corte de 35 por cento nas emissões de automóveis até 2030, à medida que a Alemanha alertou que metas excessivamente desafiadoras ameaçam prejudicar a indústria e empregos.
Divididos entre reduzir a poluição e preservar a competitividade da indústria, ministros do Meio Ambiente da UE que estão reunidos em Luxemburgo conversaram por mais de 13 horas até quase meia-noite para alcançar um consenso sobre quais limites de dióxido de carbono devem ser imposto às poderosas montadoras europeias.
As regras finais agora serão trabalhadas em negociações que começarão na quarta-feira com os dois outros órgãos legisladores da UE: o Parlamento Europeu, que busca uma meta climática mais ambiciosa, e a Comissão Europeia, que propôs uma mais modesta.
Em comunicado conjunto mais cedo, os ministros da UE expressaram profunda preocupação sobre um relatório da ONU que pede ações rápidas e inéditas para conter o aquecimento global, mas se detiveram de intensificar seus compromissos para reduzir emissões sob o Acordo Climático de Paris de 2015.
Diversos países havia buscado uma redução mais alta, de 40 por cento nas emissões de carros, em linha com metas apoiadas por parlamentares da UE na semana passada, com a Irlanda e a Holanda entre aos países que manifestaram desapontamento com as concessões feitas no acordo.
A Alemanha, com seu grande setor automobilístico, apoiou uma proposta executiva da UE de um corte de 30 por cento para frotas de novos carros e vans até 2030, ante níveis de 2021.
(Por Daphne Psaledakis; reportagem adicional de Peter Maushagen e Alissa de Carbonnel)