Por Kate Abnett e Sarah McFarlane e Aidan Lewis
SHARM EL-SHEIKH, Egito (Reuters) - Uma proposta da União Europeia aumentou as esperanças de progresso na cúpula do clima COP27 nesta sexta-feira, seu último dia programado, já que o bloco europeu disse que apoiará um dos itens mais controversos da agenda, o financiamento para países afetados por desastres causados pelo clima.
Mas, com vários outros pontos críticos nas discussões climáticas da ONU deste ano, o país anfitrião, o Egito, disse que um acordo final ainda não é esperado antes do fim de semana.
"Continuo empenhado em encerrar esta conferência amanhã de maneira ordenada, com a adoção de uma série de decisões consensuais que serão abrangentes, ambiciosas e equilibradas", disse o presidente da COP27, Sameh Shoukry, a repórteres.
A conferência de duas semanas no balneário de Sharm el-Sheikh, no Mar Vermelho, é um teste à determinação em combater o aquecimento global em um momento em que tempestades, inundações, secas e incêndios florestais provocados pelo clima competem pela atenção dos governos com uma guerra na Europa e inflação alta.
As negociações foram impulsionadas depois que a União Europeia disse na noite de quinta-feira que apoiará a demanda do grupo G77 de 134 países em desenvolvimento para criar um fundo para ajudar os países a lidar com "perdas e danos", a consequência irreparável causada pelas mudanças climáticas.
Mas não estava claro nesta sexta-feira se todos os países aceitarão a oferta do bloco de um fundo para ajudar apenas "os países mais vulneráveis", em vez de todos os países em desenvolvimento, como haviam solicitado.
A questão de perdas e danos dominou a cúpula deste ano, e as negociações pouco avançaram até quinta-feira, com Estados Unidos e União Europeia resistindo a um novo fundo por temores de que isso pudesse abrir a porta para dívidas crescentes a pagar.
O chefe de política climática da União Europeia, Frans Timmermans, estipulou que o bloco só apoiará o fundo se os países concordarem com outras medidas para retardar as mudanças climáticas, como reduzir gradualmente o uso de todos os combustíveis fósseis junto com a geração ininterrupta de energia movida a carvão, enquanto apresentam relatórios de progresso para garantir que isso está sendo feito.
Os delegados aguardavam ansiosamente notícias de como os Estados Unidos e a China, as duas maiores economias do mundo e os dois maiores poluidores, responderão à oferta do bloco europeu, a terceira maior economia e emissora de gases de efeito estufa.
Na manhã de sexta-feira, a agência climática da ONU publicou um primeiro esboço oficial do acordo final da cúpula. O objetivo é um acordo global que avance no combate às mudanças climáticas em várias frentes, desde mais financiamento até garantias de que os países agirão mais rapidamente para reduzir as emissões que aquecem o planeta.
(Reportagem de Kate Abnett e Aidan Lewis em Sharm el-Sheikh, e Sarah McFarlane em Londres; Reportagem adicional de Valerie Volcovici, Gloria Dickie, Dominic Evans e William James em Sharm el-Sheikh)