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Paquistão busca renegociar contratos de energia em meio a tarifas elevadas

EdiçãoAhmed Abdulazez Abdulkadir
Publicado 07.09.2024, 13:34
© Reuters.

O Paquistão está atualmente em processo de renegociação de acordos com produtores independentes de energia em um esforço para reduzir as altas tarifas de eletricidade do país, de acordo com Awais Leghari, o ministro federal responsável pela Divisão de Energia do Paquistão. A medida ocorre enquanto o país enfrenta custos de energia elevados que estão impactando tanto as famílias quanto as empresas.

Leghari, que falou na sexta-feira, destacou a necessidade urgente de uma estrutura de preços de energia mais sustentável, reconhecendo que as taxas atuais não são sustentáveis. A economia do país, avaliada em US$ 350 bilhões, tem visto contrações e taxas de inflação recordes, agravando a situação.

O ministro indicou que o governo e os produtores de energia estão em acordo mútuo de que o status quo é insustentável e que ambas as partes devem estar dispostas a fazer concessões. No entanto, ele garantiu que quaisquer mudanças nos contratos seriam feitas com consentimento mútuo e sem comprometer completamente a sustentabilidade dos negócios.

O Paquistão, que enfrentou escassez significativa de energia há uma década, incentivou o desenvolvimento de projetos privados de energia, levando a um excesso de capacidade hoje. Esses projetos foram apoiados por credores estrangeiros e vieram com incentivos como altos retornos garantidos e pagamentos por energia não utilizada. Como resultado da desaceleração econômica, o governo tem incorporado esses custos fixos nas contas dos consumidores, levando a protestos generalizados.

Fontes da indústria, que falaram sob condição de anonimato, revelaram que as mudanças propostas nos contratos incluem a redução dos retornos garantidos, a limitação das taxas de dólar e o abandono dos pagamentos por capacidade de energia não utilizada. No sábado, o Business Recorder informou que 24 condições foram propostas para a transição de um modelo baseado em capacidade para um modelo de "take-and-pay" (pague pelo que usar).

Leghari esclareceu que nenhum novo projeto de acordo ou demandas específicas foram oficialmente apresentados às empresas de energia. A abordagem do governo, segundo ele, seria civil e profissional, respeitando as obrigações contratuais com investidores estrangeiros e locais.

A viabilidade do setor de energia também foi um aspecto fundamental de um acordo em nível técnico com o Fundo Monetário Internacional (FMI) em maio para um resgate de US$ 7 bilhões. O relatório do FMI enfatizou a importância de revisar os acordos de energia. O Paquistão iniciou discussões sobre a reestruturação da dívida do setor de energia com a China e está trabalhando em reformas estruturais. O país se comprometeu a eliminar os subsídios do setor de energia como parte dessas reformas.

Leghari expressou preocupação de que as atuais tarifas de energia sejam inacessíveis para consumidores domésticos e comerciais, dificultando o crescimento econômico e tornando as exportações críticas do país menos competitivas regionalmente.

O objetivo é reduzir as tarifas para aproximadamente 9 centavos de dólar por unidade para usuários comerciais, abaixo da taxa atual de cerca de 28 centavos. A taxa de câmbio atual é de 1 dólar para 278,45 rúpias paquistanesas.

A Reuters contribuiu para este artigo.


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