Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - Os governos de Paraguai e Brasil concordaram em tornar sem efeito o acordo sobre energia de Itaipu assinado em maio no qual os paraguaios haviam concordado com alterações no tratado que trariam um custo maior para a energia daquele país, confirmou nesta quarta-feira à Reuters o embaixador do Brasil no Paraguai, Carlos Alberto Simas Magalhães.
Segundo o embaixador, depois de uma negociação com o governo brasileiro feita através da embaixada, o novo chanceler paraguaio, Antonio Rivas Palácios, registrou em ata a decisão de tornar inválido o acordo.
"Tudo foi feito em acordo com o governo brasileiro", disse o embaixador.
Uma reunião entre as chancelarias estava marcada para a sexta pela manhã, em Brasília, para negociar a denúncia --ou rescisão-- do acordo, mas foi cancelada, já que o governo brasileiro concordou em suspender o acordo rapidamente para tentar evitar o impeachment do presidente paraguaio Mario Abdo.
Partidos de oposição, ajudados por um grupo dissidente do partido Colorado, do próprio presidente, se preparavam para apresentar o pedido de abertura de um processo de impedimento contra Abdo por conta do acordo que, segundo parlamentares paraguaios, aumentaria em 200 milhões de dólares o custo da energia para a estatal paraguaia da área.