SÃO PAULO (Reuters) - O Paraná, maior produtor de trigo do Brasil, estimou nesta quinta-feira a safra do cereal em 3,976 milhões de toneladas, uma redução de 67 mil toneladas na comparação com a previsão de julho e ainda em um patamar recorde.
"As primeiras lavouras colhidas no oeste e centro-oeste paranaense têm apresentado produtividades abaixo da expectativa inicial, em função das doenças ocasionadas pelo excesso de chuvas em junho e julho", afirmou o agrônomo do Departamento de Economia Rural (Deral), Carlos Hugo Godinho em nota, explicando um dos motivos da leve redução da previsão de safra.
Mas a produção projetada representa um crescimento de mais de 100 por cento ante o total colhido no ano passado, quando as lavouras foram fortemente atingidas por geadas. Além disso, em 2014, os produtores elevaram o plantio em 35 por cento, contando com preços favoráveis na época da semeadura.
O recorde previsto para 2014 supera o registrado na temporada de 2010, quando o Estado colheu 3,47 milhões de toneladas.
O Deral, da Secretaria de Agricultura, afirmou ainda que a colheita já foi realizada em 4 por cento da área paranaense, no mesmo ritmo do ano anterior e sem atrasos, "pois agosto apresentou poucos dias com chuvas".
Godinho disse ainda que as geadas das últimas madrugadas foram mais intensas em regiões onde se concentram áreas de trigo em desenvolvimento vegetativo, "fase em que não se registram perdas de produtividade devido às temperaturas negativas".
Com a previsão atual, o Paraná deverá colher mais da metade da safra nacional, projetada atualmente em cerca de 7,5 milhões de toneladas.
MILHO
O Deral ainda manteve a previsão de colheita da segunda safra de milho em um recorde de 10,24 milhões de toneladas.
A estimativa supera ligeiramente o recorde anterior, de 10,23 milhões de toneladas registrado em 2012/13, com os ganhos de produtividade superando a menor área plantada, segundo os dados do Deral.
O Paraná já colheu 87 por cento da área de milho, com a maior parte das lavouras no campo avaliadas em bom estado.
(Por Roberto Samora)