SÃO PAULO (Reuters) - A Petrobras (BVMF:PETR4) concluiu neste mês a primeira venda para testes comerciais do diesel R5, produzido a partir do coprocessamento de óleos vegetais, disse a empresa nesta quinta-feira.
A produção vendida a distribuidoras, realizada na refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, chegou a um total de 1.500 metros cúbicos.
"Trata-se de um importante passo para a venda regular e de maiores volumes do produto", disse a Petrobras, citando que atualmente está em discussão no Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) a possibilidade desse produto também ser considerado no mandato de biocombustível presente no diesel.
"Caso seja aceita, a introdução do novo combustível viabilizará a utilização de teores mais elevados de renováveis nos novos motores a diesel, possibilitando, também, o aumento da competitividade na oferta de biocombustíveis no Brasil", acrescentou a petroleira.
O Brasil mistura atualmente 10% de biodiesel no diesel, após o governo ter definido uma mistura menor para 2022 citando questões de custos e qualidade. O "mix" deveria estar em 14%, conforme o cronograma original do programa.
No caso da carga comercializada pela Petrobras, ela foi produzida a partir de óleo de soja refinado.
O combustível com teor renovável saiu da refinaria da Petrobras com 95% de diesel e 5% de R5.
Neste produto, as distribuidoras farão a adição dos 10% de biodiesel éster, conforme estabelece a legislação atual.
Uma novidade no lote comercializado, ressaltou a empresa, foi a emissão de declarações para as distribuidoras que adquiriram o produto, indicando a redução da emissão de gases de efeito estufa.
No caso do diesel R5, evita-se, potencialmente, a emissão de uma tonelada de CO2 equivalente a cada 9,5 mil litros, aproximadamente, comparando-se com o diesel 100% fóssil, disse a companhia.
No cálculo, estão consideradas as emissões do combustível fóssil durante as etapas de extração, produção e uso.
(Por Roberto Samora)