Investing.com - O petróleo futuro fechou a última sessão de 2016, na sexta-feira, com perdas moderadas, mas apresentou o maior ganho anual desde 2009 amparado pelo fundamental acordo de redução da produção firmado pela Organização dos Países Produtores de Petróleo e diversos outros Estados não membros.
Na ICE Futures Exchange, de Londres, os contratos futuros do Brent com vencimento em março recuaram US$ 0,03, menos de 0,1%, fechando em US$ 56,82 o barril ao fim do pregão de sexta-feira e mantendo-se perto da máxima de 17 meses de US$ 57,89, atingida no dia 12 de dezembro.
O Brent futuro negociado em Londres registrou alta de US$ 1,66, ou cerca de 2,9%, na semana. O petróleo de referência mundial viu uma valorização anual de 52%, a maior desde 2009.
Nos EUA, a Bolsa de Valores de Nova Iorque viu os contratos futuros do petróleo bruto com vencimento em fevereiro caíram US$ 0,05, ou cerca de 0,1%, encerrando a semana com cotação de US$ 53,02 o barril, aproximando-se da máxima de um ano e meio de US$ 54,51, registrada em 12 de dezembro.
Na semana, o petróleo futuro negociado em Nova Iorque avançou US$ 0,70, ou cerca de 1,3%. Em termos mais ativos, os contratos futuros do petróleo referencial americano apresentaram uma elevação de quase 45% no ano civil, também o melhor resultado desde 2009.
O volume permaneceu tímido antes do feriado de Ano Novo. Os mercados de petróleo do mundo não abrirão nesta segunda-feira.
O petróleo se recuperou com muita força da mínima registrada em fevereiro, quando operou na mínima de 13 anos de cerca de US$ 26 o barril, graças ao primeiro acordo de redução da produção em oito anos entre produtores globais.
Os membros da Opep concordaram em reduzir a produção em 1,2 milhão de barris por dia, de forma conjunta, a partir de 1º de janeiro, no primeiro acordo firmado pelo órgão desde 2008.
Seguiu-se ao pacto um acordo entre 11 produtores não membros da Opep, liderado pela Rússia, visando a reduzir a oferta em 558.000 barris por dia.
O acordo, se executado de acordo com o plano, deve reduzir a oferta global em cerca de 2%.
Contudo, alguns investidores ainda adotam cautela quanto à expectativa geral do mercado com a eficácia dos cortes planejados.
O mercado ainda tem receios em virtude da aceleração da produção na Líbia e na Nigéria, países que têm permissão para acelerar a produção conforme o acordo da Opep.
Enquanto isso, as atenções ainda se voltam para os indícios de aumento na atividade das perfuradoras dos EUA. A Baker Hughes, provedora de serviços para a área do petróleo, declarou na última sexta que o número de plataformas de petróleo ativas nos EUA na semana passada subiu para 525, apresentando aumento nominal de 2, a nona elevação semanal seguida, atingindo nível inédito em quase um ano.
Alguns analistas reiteraram que o recente rali nos preços pode "sair pela culatra", já que incentiva os produtores de xisto dos EUA a aumentar a produção, impulsionando as preocupações novamente com um excesso de oferta.
Uma enquete da Reuters mostrou, nesta quinta-feira, uma projeção para os preços do petróleo, que indicava valorização até US$ 60 o barril no fim de 2017. A possibilidade valorização ainda maior foi reduzida graças ao dólar mais forte, ao aumento da produção da commodity nos EUA e à possibilidade de não cumprimento do acordo pela Opep.
Ainda na Nymex, os contratos futuros da gasolina com vencimento em fevereiro recuaram US$ 0,008, ou 0,5%, cotados a US$ 1,670 o galão. A gasolina encerrou uma sequência de três quedas anuais com um avanço de 31,4%, o maior salto percentual anual desde 2009.
O óleo de aquecimento para entrega em fevereiro registrou ganho de US$ 0,008, ou 0,5%, fechando a US$ 1,728 o galão. No ano, o combustível avançou quase 55%, maior ganho percentual em um ano desde 2007.
O gás natural futuro com vencimento em fevereiro recuou US$ 0,078, ou 2%, sendo negociado a US$ 3,724 por milhão de unidades térmicas britânicas. O gás natural avançou quase 12% em dezembro, auxiliado em parte pelas projeções de clima mais frio em determinadas regiões dos EUA. No ano, a valorização anua de 59,4% do gás natural foi a mais intensa em 11 anos.
Na próxima semana, os participantes do mercado analisarão as novas informações semanais sobre os estoques de petróleo refinado e bruto nos EUA na quarta e na quinta-feira para medir a força da demanda do maior consumidor de petróleo do mundo. Os relatórios desta semana serão divulgados um dia depois do convencional.
Os investidores do petróleo continuarão muito atentos aos comentários dos produtores do mundo para buscar evidências de que eles respeitarão os acordos de corte no ano que vem.
Antes da próxima semana, a Investing.com compilou uma lista desses e de outros eventos importantes que devem afetar os mercados.
Segunda-feira, 2 de janeiro
Mercados de petróleo permanecerão fechados no feriado de Ano Novo.
Quarta-feira, 4 de janeiro
O Instituto Americano do Petróleo (American Petroleum Institute), um grupo industrial, deve publicar seu relatório semanal sobre a oferta de petróleo dos EUA.
Quinta-feira, 5 de janeiro
A Administração de Informações Energéticas dos EUA deve divulgar dados semanais sobre os estoques de petróleo e gasolina.
Também haverá a divulgação de outro relatório semanal sobre a quantidade de gás natural em estoque.
Sexta-feira, 6 de janeiro
A Baker Hughes divulgará dados semanais sobre o número de plataformas de petróleo ativas nos EUA.