Por Barani Krishnan
Investing.com - Preocupações de que os pesos-pesados da produção de petróleo Arábia Saudita e Rússia estariam se direcionando para uma paralisação nas negociações do corte na produção fizeram com que os preços do petróleo bruto caíssem na quarta-feira (4), em meio a dados mostrando que a produção dos EUA atingiu uma nova alta recorde.
O West Texas Intermediate, índice de referência dos EUA para os preços do petróleo bruto, fechou em baixa de 40 centavos de dólar, ou 0,8%, a US$ 46,78 por barril.
O Brent, benchmark para o petróleo negociado em Londres, fechou 73 centavos de dólar mais baixo, ou 1,4%, a US$ 51,13.
Os preços do petróleo começaram o dia em alta em meio a notícias de que os produtores da commodity reunidos em Viena sob a aliança Opep+ iriam concordar com um corte total de produção de ao menos 1 milhão de barris por dia, desse trimestre em diante, para mitigar um pouco da destruição de demanda de energia causada pelo surto do novo coronavírus. Caso as notícias fossem verdade, somado a um acordo anterior feito em dezembro, a Opep+ estaria removendo um total de 3,1 milhões de barris por dia, ou 3,1% do fornecimento global, do mercado.
Porém, a Bloomberg reportou ao meio dia que o ministro de Energia russo Alexander Novak havia deixado Viena, antes da reunião mais importante com os sauditas na sexta-feira e da habitual coletiva de imprensa que anunciaria o novo acordo. A Bloomberg não ofereceu detalhes, mas a CNBC informou que, enquanto os sauditas estavam buscando preços mais altos para o petróleo, Moscou estava “perfeitamente feliz” com os futuros da commodity a entre US$ 50 e US$ 60.
“Todo investidor de petróleo tem seu dedo sobre o botão de venda ou compra enquanto observa a reunião da Opep”, disse John Kilduff, sócio fundador do fundo hedge de energia de Nova York Again Capital. “Um acordo para cortar mais um milhão de barris por dia ou mais significa compra e a falta de um acordo significa venda. Até então, todos estão assumindo que será venda.”
Os futuros do WTI e do Brent subiram em até 2% antes e permaneceram em alta após a Administração de Informação de Energia dos EUA ter divulgado um relatório positivo para estoques de petróleo e combustível no país pela terceira semana seguida.
A EIA disse que o estoque de [{0|petróleo}} subiu em 785 mil barris na semana terminada em 28 de fevereiro. A expectativa era de um crescimento de 2,64 milhões de barris, de acordo com previsões compiladas pelo Investing.com.
O estoque de gasolina caiu em 4,34 milhões de barris, contra previsões de uma queda de cerca de 2,1 milhões de barris. Os estoques de destilado diminuíram em 4 milhões de barris, comparados com a expectativa de uma queda de 1,93 milhão de barris.
Ainda que os números de estoque sejam bons, a EIA anunciou que a produção de petróleo bruto do maior produtor do mundo, os Estados Unidos, teria atingido a máxima recorde de 13,1 milhões de barris por dia na semana passada. O recorde anterior era de 13 milhões de barris por dia, atingido em dezembro.