Por Peter Nurse
Investing.com – Os preços do petróleo recuavam nesta segunda-feira, diante do aumento das preocupações com uma desaceleração global e da possibilidade de aumento de oferta por parte do Irã.
Às 11h10 (horário de Brasília), o petróleo norte-americano cedia 3,71%, a US$ 86,76 por barril, enquanto o petróleo Brent se desvalorizava 4,13%, a US$ 92,73 por barril, no mercado futuro. Ambas as referências recuaram cerca de 1,5% na última semana, devido à valorização do dólar e a preocupações com a demanda.
Notícias de que a retomada de um acordo nuclear entre o Irã e as potências ocidentais estava perto de ser assinado pesaram sobre o mercado.
A rede de notícias Al Jazeera, do Catar, informou que o acordo era “iminente”, e a Casa Branca também confirmou que os líderes de Estados Unidos, Grã-Bretanha, França e Alemanha discutiram os planos no fim de semana.
“Em razão da possibilidade de entrada de mais 1 milhão de barris por dia (mbpd) no mercado, os operadores passaram a direcionar seu foco para o desenrolar das tratativas”, disseram analista do ING em nota. “Um acordo (e a remoção das sanções) significaria um alívio maior para o mercado ao longo do 2S23”.
Isso aumentou os temores de uma desaceleração global. Os EUA já entraram em recessão técnica, ao registrar dois trimestres consecutivos de crescimento negativo, com o banco central da China cortando as taxas de juros novamente nesta segunda-feira, na tentativa de impulsionar a economia, abalada pelos bloqueios sanitários contra a Covid-19 e pela deterioração do mercado imobiliário.
Além disso, uma recessão na Alemanha, maior economia da zona do euro, é cada vez mais provável, dado que a inflação pode atingir o pico de mais de 10% neste outono, disse o Bundesbank em um relatório mensal na segunda-feira.
“A queda da atividade econômica nos meses de inverno se tornou mais provável”, disse o banco central. “O alto nível de incerteza em relação ao fornecimento de gás neste inverno e ao forte aumento dos preços devem pesar bastante sobre o orçamento das famílias e empresas”.
A incerteza com o fornecimento de gás aumentou na segunda-feira, com a Gazprom, gigante energética da Rússia, anunciando que pretendia fechar um gasoduto para manutenção neste mês.
A Gazprom (MCX:GAZP) fechou a tubulação para reparo no mês passado e voltou a fornecer apenas 20% dos níveis anteriores quando o reabriu.
“O mercado europeu está ficando cada vez mais inquieto com a evolução dos fluxos de gás da Rússia, à medida que nos aproximamos da próxima estação de demanda por calefação”, acrescentou o ING. “No entanto, os níveis de armazenamento da Europa estão confortáveis, a 77%, em linha com a média de 5 anos e bem acima dos 64% vistos no mesmo período do ano passado”.