Investing.com - Os preços do petróleo seguem sem tendência definida nesta terça-feira com investidores se dividindo entre a realização de lucros e a sequência do otimismo após a renovação do acordo de corte na produção anunciado pela Opep e grandes exportadores na semana passada. Entre os vendedores, o receio maior está na tendência de alta da produção da commodity nos EUA e a expectativa por novos dados de estoques no país.
Em Nova York, o contrato do WTI para entrega em janeiro operava perto da estabilidade aos US$ 57,55, após de operar em terreno negativo na primeira parte da sessão. Já o Brent, sustenta uma alta de 0,4% aos US$ 62,68.
A commodity segue próxima aos níveis mais altos de mais de dois anos com a expectativa de um maior equilíbrio do mercado global com a renovação até o fim de 2018 do acordo de corte da oferta. Em vigor desde janeiro, o pacto que inclui a Opep, liderada pela Arábia Saudita, e grandes exportadores, como os russos, prevê a redução em 1,8 milhão de barris/dia da produção global.
Na expectativa pelo encontro da Opep que reafirmou o compromisso com o corte, o barril seguiu um rali que levou o Brent da casa dos US$ 45,50 em meados de junho para a máxima de dois anos e meio de US$ 62,13 em novembro, seguido de leve realização.
A maior preocupação dos investidores é a percepção de que os preços atuais estimulam uma produção maior nos EUA, especialmente nos campos de shale. Essas áreas têm comportamento mais dinâmico e podem sem colocadas em operação em poucas semanas, reagindo rapidamente ao aumento do preço.
Essa tendência pode ser mensurada com o número de sondas de perfuração em atividade no país. Em relatório semanal publicado na sexta-feira, a Baker Hughes mostrou que existem 749 unidades em contrato no país, retomando uma tendência de alta em vigor desde maio de 2016, quando pouco mais de 300 sondas estavam em operação. O movimento de alta foi interrompido em setembro, quando sofreu impacto da temporada de furacões no Hemisfério Norte.
A produção dos EUA alcançou 9,68 milhões de barris/dia, volume quase 1 milhão de barris/dia superior a igual período do ano passado. Essa extração adicional representa 55% do plano de cortes da Opep e mina os esforços do cartel de equilibrar o mercado.
Um dos principais indicadores de equilíbrio do mercado será divulgado amanhã com os dados de estoques de petróleo e derivados nos EUA. O mercado aposta em redução de 3,51 milhões de barris, volume semelhante ao verificado na semana passada.
Hoje à noite, o grupo privado API publica seus números, que são vistos como uma prévia do dado oficial divulgado pela agência de energia dos EUA (EIA, na sigla em inglês).
Em relação aos combustíveis, os investidores projetam aumento de 1,14 milhão de barris nos estoques de gasolina, um indicativo de redução na demanda de petróleo no curto prazo; e de 548 mil barris nos estoques de derivados.