Os contratos futuros do petróleo estenderam perdas nesta quarta-feira, 31, após a queda de 5% na terça. Indicadores econômicos renovam os temores sobre o crescimento global e o impacto sobre a demanda pela commodity. Nos Estados Unidos, os estoques do petróleo bruto caíram além do previsto, mas os de seus derivados não acompanharam as expectativas. No radar, estão notícias sobre a Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), que devem se reunir na próxima semana.
O petróleo WTI para outubro fechou em baixa de 2,28% (US$ 2,09), a US$ 89,55 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para novembro caiu 2,25% (US$ 2,20), a US$ 95,64 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
No mês de agosto, os contratos mais líquidos acumularam perdas de 9,2% e 8%, respectivamente.
Os preços da commodity estão caindo à medida que operadores do setor de energia estão antecipando um período "brutal" para o crescimento econômico global, diz a Oanda, em relatório. "A atividade de fábricas na China continuam depreciadas e outra leitura recorde da inflação na zona do euro elevou as projeções de um Banco Central Europeu muito mais agressivo, o que poderia provocar uma recessão severa", observa a consultoria.
Dados do Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) norte-americano também estiveram no radar. Os estoques de petróleo nos EUA caíram em 3 milhões, quase três vezes o esperado, o que levou os ativos a reduzir perdas momentaneamente. No entanto, os estoques de destilado tiveram alta e contrariam a expectativa de queda de analistas.
Na análise da Oanda, o resultado mostra "claramente" destruição na demanda, à medida que a demanda por gasolina enfrenta dificuldades e as exportações do petróleo bruto têm algum alívio.
A Capital Economics prevê que os ativos do petróleo continuem sob pressão nas próximas semanas, em especial com a liberação de reservas estratégicas dos EUA agendadas para outubro.
Quanto à Opep+, seu Comitê Técnico Conjunto (JTC, na sigla em inglês) prevê superávit de 900 mil barris por dia (bpd) neste ano no mercado do petróleo, de acordo com documento acessado pela Reuters. Uma elevação em relação à previsão anterior de superávit de 800 mil bpd.