O petróleo fechou em alta nesta sexta-feira, 10, recuperando parte dos preços após três sessões consecutivas de perdas. Investidores encontraram alívio modesto, com o enfraquecimento do dólar no exterior e dados dos EUA corroborando a possibilidade de ritmo pouco menos agressivo no aperto monetário do Federal Reserve (Fed).
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para abril fechou em alta de 1,27% (US$ 0,96), a US$ 76,68 o barril, enquanto o Brent para maio, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), subiu 1,46% (US$ 1,19), a US$ 82,78 o barril. Na semana, as perdas foram de 3,76% e 3,55%, respectivamente.
O petróleo abriu a sessão de hoje ampliando perdas de ontem, mas inverteu sinal após a divulgação do payroll dos Estados Unidos. O dado demonstrou uma desaceleração no salário médio por hora e aumento na taxa de desemprego. Analista da Oanda, Edward Moya avalia que investidores perceberam o dado como confirmação de que o ciclo de aperto monetário do Fed está "quase concluído".
Na semana, a perspectiva de que o Fed poderia acelerar o ritmo de altas dos juros e manter nível restritivo por mais tempo prejudicou os preços do petróleo, avalia a Capital Economics. O temor teria renovado preocupações sobre a demanda do óleo e derivados no país, considerando a possibilidade do aperto monetário gerar uma recessão.
Além disso, a Capital Economics observa que a queda nas importações e aumento das exportações da commodity pela China levanta preocupações sobre a demanda doméstica. Contudo, a consultoria projeta que as importações devem subir novamente devido ao "ressurgimento" das viagens domésticas no país.
Já o Commerzbank destaca que sinais do término do "boom" de produção petrolífera nos Estados Unidos pode facilmente criar gargalos no "equilibrado mercado de energia", o que provavelmente pode ter um efeito de suporte para os preços no longo prazo.
Nesta sexta-feira, a secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, afirmou que sanções contra venda de petróleo do Irã para a China "provavelmente não foram inteiramente eficientes" e informou que o governo estaria estudando como "aplicar melhor" as restrições.