O petróleo encerrou a sessão desta terça, 21, em alta, em recuperação contínua após as fortes perdas da semana passada. A alta do contrato do WTI em Nova York superou a do Brent em Londres, uma vez que ontem os mercados americanos não operaram devido a um feriado local. Sem grandes drivers para a commodity, a situação apertada da oferta global segue no foco, enquanto a perspectiva para a demanda de China e EUA segue otimista.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI com entrega prevista para agosto subiu 1,42% (US$ 1,53), a US$ 109,52, enquanto o do Brent para o mesmo mês avançou 0,46% (US$ 0,52) na Intercontinental Exchange (ICE), a US$ 114,65.
"Os preços do petróleo estão subindo, pois a liquidação da semana passada foi exagerada, dada a perspectiva de demanda de petróleo de curto prazo para os EUA e a China. O mercado de petróleo permanece muito apertado no curto prazo e as expectativas crescentes sobre sanções mais duras com o petróleo russo devem manter a demanda especialmente forte" nos EUA, diz a Oanda, em relatório.
Na avaliação do Commerzbank, o mercado já dá sinais de que a correção nos preços da commodity energética parece ter terminado. O banco alemão ainda destaca a diferença de quase US$ 5 nos preços dos barris do WTI e Brent. "Isso provavelmente se deve às interrupções consideráveis na produção de petróleo na Líbia, que está reduzindo ainda mais a oferta do óleo leve e com baixo teor de enxofre no mercado europeu", o que acaba por deixar a cotação do Brent, que é a referência internacional, mais pressionada, explica a instituição.
O desconto alto no petróleo dos EUA deve, inclusive, acelerar as exportações da commodity americana para a Europa, cujo mercado está especialmente apertado por conta do embargo ao óleo russo, avalia ainda o Commerzbank.
Hoje, a Casa Branca criticou a China por aumentar as compras do petróleo russo em meio aos esforços do Ocidente para pressionar Moscou por causa da guerra na Ucrânia. Em coletiva de impremsa, o coordenador de comunicação do Conselho Nacional de Segurança dos EUA, John Kirby, disse que isso demonstra só parte da disposição dos chineses em contribuir com o Kremlin. Ele, porém, evitou criticar a Índia, aliado dos americanos que também elevou suas compras de petróleo da Rússia.