O petróleo fechou em baixa nesta sexta-feira, corrigindo ganhos após registrar fortes altas nas duas sessões anteriores, impulsionado pela assinatura de um novo pacote fiscal nos Estados Unidos e a melhora da perspectiva de demanda global pela commodity em 2021 pela Organização Mundial dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Nesta sexta, além do movimento de reajuste, pesou sobre o óleo a valorização do dólar ante moedas concorrentes. A alta da divisa americana torna o petróleo mais caro e, portanto, menos atraente a investidores que negociam em outras moedas.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI com entrega prevista para abril encerrou a sessão com perda de 0,62%, a US$ 65,61. Na comparação semanal, o contrato recuou 0,73%.
Já o barril do petróleo Brent para maio recuou 0,59% hoje e 0,20% na semana, fechando o dia cotado a US$ 69,22, na Intercontinental Exchange (ICE).
Investidores ajustaram suas carteiras antes do fim da semana e embolsaram lucros, após a commodity energética se beneficiar da sanção ao pacote fiscal de US$ 1,9 trilhão nos EUA, que aumenta a perspectiva de recuperação da economia do país e, consequentemente, do mercado de petróleo. O relatório mensal do setor divulgado pela Opep na tarde da quinta-feira também elevou os preços da commodity.
"É possível que a correção hoje reflita um mercado que está próximo de atingir todo o seu potencial de momento", avaliou o analista do Saxo Bank, Ole Hansel, à Dow Jones Newswires. Segundo ele, apesar do apoio por meio dos estímulos fiscais nos EUA e por sinais de uma recuperação no consumo de combustível em todo o mundo, "o mercado ainda está esperando para ver uma aceleração sustentável na demanda global de combustível que possa justificar os preços atuais do petróleo".
Analista do Commerzbank, Carsten Fritsch avalia que os preços do petróleo têm sustentado níveis "muito altos". Ele diz esperar um recuo para a casa dos US$ 60 o barril ao longo de 2021, diante de pressão exercida pelo aumento da produção do óleo por membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), e mesmo entre nações de fora do grupo.
No curto prazo, porém, a commodity energética ainda deve apresentar algum impulso, dado o cenário favorável e o aumento da demanda por investimentos, completa Fritsch.
*Com informações de Dow Jones Newswires