Petróleo fecha em forte queda, com covid, impasse nos EUA e retomada da Líbia

Publicado 26.10.2020, 13:00
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Os contratos futuros de petróleo fecharam com robustas perdas nesta segunda, 26, com fuga de investidores de ativos de risco, em meio ao avanço sem trégua do coronavírus pelo mundo e às incertezas a respeito de uma nova rodada de estímulos fiscais nos Estados Unidos. A contínua retomada da produção na Líbia também pressionou as cotações.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do WTI com entrega prevista para dezembro caiu 3,24%, a US$ 38,56. Na Intercontinental Exchange (ICE), o contrato do Brent para o mesmo mês recuou 3,14%, a US$ 40,46 o barril.

No último sábado, os EUA confirmaram mais de 83 mil diagnósticos de covid-19 em apenas 24 horas, superando com folga o recorde diário anterior, de 77 mil em junho. Com isso, a média móvel de 7 dias do número de infecções saltou a 68.767, de acordo com levantamento da Universidade Johns Hopkins, nível mais alto desde o início da epidemia.

Do outro lado do Atlântico, a Espanha decretou um segundo estado de emergência nacional, que prevê toque de recolher entre 23h e 6h todos os dias. Na Itália, o primeiro-ministro Giuseppe Conte assinou decreto que fecha academias, piscinas e cinemas por pelo menos um mês, a partir de hoje.

"O aumento de casos de covid-19 estão suscitando temores, os preços do petróleo estão caindo. É a assim facilmente que a situação no mercado da commodity pode ser resumida, enquanto 500 mil novos casos no mundo inteiro não só reforçam os riscos de restrições de transporte imediatamente, como também prejudica expectativas de longo prazo para a demanda", explica o Commerzbank.

O humor nos mercados foi desestabilizado ainda pela piora nas perspectivas por um novo pacote fiscal nos EUA. Diretor do Conselho Econômico da Casa Branca, Larry Kudlow afirmou que as negociações com a oposição "certamente desaceleraram". A presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, discute o tema em reunião marcada para 15h (horário de Brasília), mas, por volta das 15h50, ainda não havia novidades sobre o encontro.

Outro fator negativo para o petróleo, no curto prazo, é o retorno da produção na Líbia. A petrolífera estatal do país anunciou a retirada dos bloqueios em mais uma plataforma, o que pode elevar a oferta em cerca de 130 mil barris por dia (bpd). Na última sexta-feira, a corporação informou que espera que a produção chegue a 800 mil barris por dia (bpd) na próximas quatro semanas. "Em ambiente com renovadas preocupações sobre o cenário da demnda, a última coisa que o mercado precisa agora é de oferta adicional", desta o ING.

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