Os contratos futuros de petróleo fecharam em baixa, nesta quinta-feira, 23. Indicadores modestos da economia dos Estados Unidos reforçaram temores de problemas na demanda adiante, com vários analistas considerando os riscos de recessão no horizonte.
O contrato do WTI para agosto fechou em queda de 1,80% (US$ 1,92), a US$ 104,27 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para o mesmo mês recuou 1,51% (US$ 1,69), a US$ 110,05 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
O petróleo chegou a subir em parte da manhã, após perdas recentes. O movimento negativo, porém, foi retomado, em meio à publicação de dados. A S&P Global informou que o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto dos EUA caiu a 51,2 em junho, na mínima em cinco meses. O PMI do setor industrial recuou a 52,4 em junho, na mínima em 23 meses e abaixo da previsão de 56,0 dos analistas.
Na avaliação do Citi, o PMI sugere possibilidade de uma "recessão leve" no país, que para esse banco pode ser bem-sucedida em conter a força da inflação. Hoje, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, voltou ao Congresso e reafirmou a postura do BC para conter os preços. Ao mesmo tempo, comentou durante audiência que o Fed não tem poder para influenciar nos preços do petróleo.
O Julius Baer avalia a queda recente dos preços do óleo e diz que os temores de recessão influenciam os mercados. Para o banco, o quadro não é de total pessimismo, mas sim de otimismo mais contido. O Julius Baer nota que os preços seguem elevados, diante da retomada na demanda após o auge do choque da pandemia e por questões políticas, e para o banco o movimento do mercado não ocorre pela falta de investimentos. Ao mesmo tempo, ele adverte que vê as condições do mercado ainda sujeitas a eventuais choques inesperados do lado da oferta.