Os contratos do petróleo fecharam em queda no mercado futuro nesta sexta-feira, 7. Os conflitos no Casaquistão - um dos grandes exportadores do óleo no mundo - e invasão de campos de petróleo por milícias na Líbia continuaram no radar.
O petróleo WTI com entrega prevista para fevereiro fechou em queda de 0,70% (US$ 0,56), a US$ 78,90 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), enquanto o Brent para março caiu 0,29% (US$ 0,24), a US$ 81,75 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). Na semana, os contratos mais líquidos acumularam ganho de 4,9% e 5,1%, respectivamente.
O crescimento robusto nos preços do óleo na semana, de cerca de 5%, segundo o analista-chefe da CMC Markets, foi em grande parte devido à preocupação com a interrupção do fornecimento por conta dos distúrbios no Casaquistão. O agravamento dos protestos no país ameaçam reduzir a oferta global da commodity energética, uma vez que produz cerca de 1,6 milhão de barris por dia (bpd), de acordo com o Commerzbank. Na Líbia, milícias invadiram campos de petróleo.
De acordo com o TD Securities, os riscos de fornecimento do óleo continuam a aumentar, independentemente da decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) de aumentar a produção. "Os riscos geopolíticos estão elevando o risco de fornecimento de energia notavelmente, já que a agitação no Casaquistão e os confrontos na Líbia impedem que mais barris cheguem aos mercados", diz a empresa.
Além disso, há relatos de que a produção em Alberta, no Canadá, desacelerou devido ao frio extremo e de que as baixas temperaturas também começam a prejudicar a oferta na região de Bakken, no Estado americano da Dakota do Norte, segundo o ING.
Para Edward Moya, da Oanda, embora seja alto o otimismo de que o impacto da variante Ômicron nas perspectivas da demanda de petróleo será de curta duração, é muito cedo para estar otimista de que o pior desta onda já passou.
"O mercado de petróleo continua muito apertado e deve continuar assim no primeiro semestre do ano, uma vez que as perspectivas de crescimento nos EUA e na Europa continuam muito fortes", disse o analista em relatório enviado a clientes.