O petróleo fechou em baixa, pressionado pela alta do dólar e em dia de realização de lucros após ganhos de mais de 2% na semana passada. O clima é de cautela neste início de semana, com investidores no aguardo da divulgação de dados de inflação dos EUA e da China, que poderão dar indicativos sobre o futuro da demanda agregada e da trajetória de juros, em meio a temores de desaceleração econômica.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para setembro fechou em queda de 1,06% (US$ 0,88), a US$81,94 o barril, enquanto o Brent para outubro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), registrou baixa de 1,04% (US$0,90), a US$ 85,34 o barril.
"As expectativas crescentes de que os EUA verão uma recessão ao fim de 2024 também pressionam os preços do petróleo", escreveu o analista da Oanda Edward Moya. Segundo ele, o mercado também repercute o aumento pela Arábia Saudita dos preços de petróleo para a Ásia e a Europa. A estatal Saudi Aramco (TADAWUL:2222) elevou grande parte de seus preços da commodity para setembro para esses continentes, reportou a Bloomberg nesse sábado, 5. "A Arábia Saudita antecipa um caminho tortuoso para a demanda de petróleo bruto", disse Moya. "Os sauditas estão aumentando os preços na maior parte da Ásia e da Europa, com o petróleo Arab Light (BVMF:LIGT3) maior apenas US$ 0,30, o que foi menos do que o aumento de US$ 0,50 esperado pelos traders."
Fundador e presidente da Navellier, Louis Navellier comenta ainda que o anúncio na semana passada de aumento nos cortes de produção da Arábia Saudita parece estar levantando preocupações no governo do presidente americano Joe Biden, "já que 2024 é um ano de eleições e preços maiores nas bombas são problemáticos".
A notícia da Reuters de que a estatal chinesa Shaanxi Yanchang Petroleum deverá dobrar suas compras da mistura russa de ESPO neste ano, a cerca de um milhão de toneladas, também esteve no radar. O mercado acompanhou ainda a publicação do balanço da Saudi Aramco, que registrou queda no lucro com preços mais baixos do petróleo.