Investing.com - Os preços do petróleo encerraram a sexta-feira em alta, já que o furacão Harvey ameaçava interromper as atividades de produção e refino ao longo de toda a costa do Golfo do México.
Cerca de 25% da produção de petróleo norte-americana no Golfo do México estava interrompida devido à atividade da tempestade, afirmou a Agência de Segurança e Proteção Ambiental (BSEE, na sigla em inglês) do Departamento do Interior dos EUA no último sábado. Isso equivale a aproximadamente 428.568 barris de petróleo por dia de aproximadamente 1,75 milhão de barris por dia bombeados do Golfo.
Cerca de 112 plataformas foram evacuadas no Golfo do México até agora como resultado do Harvey, cerca de 15% das que estão na região. Metade das sondas de extração no Golfo também foram evacuadas, afirmou a BSEE.
Os preços receberam um impulso adicional após uma atualização da Baker Hughes, empresa que presta serviços a campos petrolíferos, mostrar que sua contagem de sondas em operação nos EUA caiu pela segunda vez seguida, tendo redução de quatro sondas e chegando a um total de 759.
A contagem semanal de sondas é um barômetro importante para a indústria de extração de petróleo e serve como uma referência para a produção de petróleo e a demanda de serviços de petróleo.
O contrato com vencimento em outubro do petróleo bruto West Texas Intermediate dos EUA ganhava US$ 0,44, ou cerca de 0,9%, e era negociado a US$ 47,87 no encerramento do pregão na sexta-feira.
Do outro lado do Atlântico, contratos de petróleo Brent com vencimento em outubro na Bolsa de Futuros ICE (ICE Futures Exchange) em Londres avançaram US$ 0,37, ou cerca de 0,7%, sendo negociados por US$ 52,42 o barril no final do pregão.
O aumento nos preços do petróleo na sexta-feira não conseguiu compensar as perdas sofridas no início da semana, já que os contratos futuros tiveram sua quarta semana seguida de perdas.
O petróleo negociado em Nova York encerrou a semana em queda de US$ 0,64, ou cerca de 1,3%, ao passo que ao Brent, referência global, teve perdas de US$ 0,31, ou cerca de 0,6%.
Preços do petróleo estão sob pressão nas últimas semanas devido a preocupações com a crescente produção de shale oil nos EUA, que pode neutralizar os cortes na produção de membros da OPEP e países externos à organização.
A OPEP e outros 10 produtores externos ao cartel, incluindo a Rússia, chegaram a um acordo desde o início do ano para cortar 1,8 milhão de barris por dia da oferta até março de 2018 para reduzir a sobreoferta global e reequilibrar o mercado.
Até o momento, esse acordo teve pouco impacto nos níveis dos estoques globais devido ao aumento da oferta de produtores que não participam do acordo, como a Líbia e a Nigéria, e ao aumento incessante na produção de shale oil nos EUA.
Por conta da crescente produção dos EUA, a diferença de preço do WTI para o Brent é a maior em quase dois anos, chegando a US$ 4,54 por barril.
Ainda na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), contratos futuros de gasolina com vencimento em setembro avançaram US$ 0,002, ou cerca de 0,2%, e encerraram em US$ 1,666 na sexta-feira, mas isso representou um forte recuo a partir de US$ 1,740, máxima de quase cinco meses atingida no início da sessão. Na semana, fechou em alta de 2,6%.
Além disso, contratos de óleo de aquecimento com vencimento em setembro avançaram menos de0,1% para US$ 1,622 o galão, encerrando a semana em alta em torno de 0,1%.
Contratos futuros de gás natural com vencimento em setembro recuaram US$ 0,05, ou 1,9%, para US$ 2,892 por milhão de unidades térmicas britânicas, pouco alterados na semana.
Na semana a seguir, participantes do mercado prestarão atenção nas mais recentes informações semanais sobre os estoques norte-americanos de petróleo bruto e produtos refinados na terça e na quarta-feira para avaliar a força da demanda do maior consumidor de petróleo do mundo.
Enquanto isso, operadores do mercado também prestarão mais atenção em comentários dos produtores mundiais de petróleo para encontrar mais indicações se eles estão cumprindo o acordo de redução de produção este ano.
Antes da semana que está por vir, a Investing.com compilou uma lista com estes e outros eventos significativos que podem afetar os mercados.
Terça-feira, 29 de agosto
O Instituto Americano de Petróleo, grupo do setor petrolífero, deve publicar seu relatório semanal sobre a oferta de petróleo nos EUA.
Quarta-feira, 30 de agosto
A Administração de Informações de Energia dos EUA deve divulgar seus dados semanais sobre estoques de petróleo e de gasolina
Quinta-feira, 31 de agosto
O governo norte-americano deve divulgar relatório semanal da oferta de gás natural em estoque.
Sexta-feira, 1º de setembro
A Baker Hughes divulgará seus dados semanais sobre a contagem de sondas de petróleo nos EUA.