Investing.com - Contratos futuros de petróleo encerraram a sexta-feira em alta, já que o dólar mais fraco ajudou os preços a se recuperarem das vendas que os levaram aos níveis mais baixos em várias semanas na última sessão.
Preços do petróleo normalmente se fortalecem quando a moeda norte-americana enfraquece já que a commodity cotada em dólar se torna mais barata para os que possuem outras moedas.
Incertezas quanto à produção de petróleo bruto na Líbia acompanhadas de relatos de violência perto do maior terminal de petróleo do país devastado pela guerra também contribuíram.
No entanto, os preços ainda terminaram a semana em queda, já que preocupações com a produção de xisto e altas recordes nos estoques de petróleo bruto nos EUA amenizaram o otimismo com a OPEP e seus aliados estarem cumprindo o compromisso de cortes na produção.
O contrato com vencimento em abril do petróleo bruto West Texas Intermediate caiu US$ 0,72, ou 1,4%, com o barril negociado a US$ 53,33 no fim do pregão da sexta-feira. A referência norte-americana caiu mais de 2% para US$ 52,54 na quinta-feira, nível não visto desde 8 de fevereiro.
Apesar das perdas da sexta-feira, o petróleo futuro negociado em Nova York ganhou US$ 0,66, ou cerca de 1,2%, durante a semana.
Por outro lado, contratos de petróleo Brent com vencimento em maio na Bolsa de Futuros ICE (ICE Futures Exchange) em Londres ganharam US$ 0,82, cerca de 1,5%, sendo negociados por US$ 55,90 o barril no final do pregão. A referência global chegou a US$ 55,03 no dia anterior, valor mais baixo desde 8 de fevereiro.
Durante a semana, o Brent futuro negociado em Londres teve perdas de US$ 0,09, cerca de 0,2%, e teve a quarta semana consecutiva de perda.
Há preocupações com o fato de que a recuperação em curso na produção de xisto nos EUA possa afetar os esforços de outros grandes produtores para reequilibrar o movimento de demanda e oferta mundial
Dados do fornecedor de serviços a campos petrolíferos Baker Hughes na sexta-feira revelaram que o número de plataformas de extração de petróleo ativas nos EUA aumentou em sete na semana passada, o sétimo aumento semanal seguido. Logo, o total é de 609 plataformas, maior número desde outubro de 2015.
Enquanto isso, a Agência de Informação de Energia norte-americana declarou na quarta-feira que os estoques de petróleo bruto tiveram aumento de 1,5 milhão de barris na semana passada e atingiram outra alta recorde de 520,2 milhões. Foi a oitava semana consecutiva de aumento dos estoques norte-americanos, aumentando os receios de um excesso global.
O petróleo tem sido negociados em uma margem de US$ 5 em torno dos US$ 50 pelos últimos dois meses já que os sentimentos nos mercados estão divididos entre esperanças de que o excedente possa ser reduzido por cortes na produção anunciados pelos principais produtores mundiais e expectativas de uma recuperação na produção dos EUA de xisto.
Países da OPEP e externos à organização tiveram um sólido início em diminuir suas produções de petróleo em cerca de 1,8 milhão de barris por dia até o fim de junho, com conformidade atual de cerca de 94%.
Ainda na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), contratos futuros de gasolina com vencimento em abril tiveram ganhos de US$ 0,09, ou cerca de 0,6% sendo negociados a US$ 1,653 o galão na sexta-feira. A semana se encerrou com queda de cerca de 4,8%.
Contratos de óleo de aquecimento com vencimento em abril ganharam US$ 0,014, ou 0.9%, e o galão acabou sendo negociado a US$ 1,593. Durante a semana, o combustível ganhou cerca de 3%.
Contratos futuros de gás natural com vencimento em abril ganharam US$ 0,023, ou quase 0,8%, sendo negociados a US$ 2,827 por milhão de unidades térmicas britânicas. Tiveram um ganho na semana de cerca de 7.6%.
Na semana a seguir, participantes do mercado prestarão atenção nas novas informações semanais sobre os estoques norte-americanos de petróleo bruto e produtos refinados na terça e na quarta-feira para avaliar a força da demanda do maior consumidor de petróleo do mundo.
Enquanto isso, operadores do mercado também continuarão a prestar atenção nos produtores de petróleo que participarão da a conferência anual CERAWeek em Houston, no Texas, para encontrar mais indicações se eles estão cumprindo o acordo de redução de produção este ano.
Grandes personalidades do mundo do petróleo que estarão no evento da semana incluem o Secretário Geral da OPEP Mohammad Mohammed Barkindo, os ministros do petróleo da Arábia Saudita, da Rússia e do Iraque, bem como executivos de importantes companhias petrolíferas como Chevron (NYSE:CVX), Exxon Mobil (NYSE:XOM) e BP (LON:BP).
Antes da semana que está por vir, a Investing.com compilou uma lista com estes e outros eventos significativos que podem afetar os mercados.
Terça-feira, 7 de março
O Instituto Americano de Petróleo, grupo do setor petrolífero, deve publicar seu relatório semanal sobre a oferta de petróleo nos EUA.
Quarta-feira, 8 de março
A Administração de Informações de Energia deve divulgar seus dados semanais sobre estoques de petróleo e de gasolina
Quinta-feira, 9 de março
O governo norte-americano deve divulgar relatório semanal da oferta de gás natural em estoque.
Sexta-feira, 10 de março
A Baker Hughes divulgará seus dados semanais sobre o número de plataformas de petróleo nos EUA.