Por Peter Nurse
Investing.com -- Os preços do petróleo se voltaram para baixo na terça-feira, à medida que os investidores ponderavam as preocupações com a destruição da demanda após o surto de Covid na China se expandir para Pequim, junto com o potencial de um possível embargo europeu ao petróleo da Rússia.
Por volta das 13h10, os contratos futuros do petróleo WTI, cotado em Nova York e referência de preço nos EUA, eram negociados com baixa de 1,64%, a US$ 103,45 por barril, enquanto os contratos do Brent, cotado em Londres e referência mundial de preço, apresentavam queda de 1,61% a US$ 103,48.
Os futuros da gasolina RBOB dos EUA apresentavam recuo de 0,71%, a US$ 3,4851 por galão.
Os casos diários de Covid na capital chinesa Pequim são agora contados a dúzias, e as autoridades estão ordenando testagem em massa e determinando o fechamento de escolas.
Pequim está desesperada em evitar que o surto se propague numa crise como a que atinge Xangai, centro financeiro do país, onde a maioria das pessoas ainda é impedida de deixar as suas casas depois de mais de um mês de confinamento.
A China é o maior importador de petróleo bruto do mundo e o segundo maior consumidor, e a atividade econômica limitada associada a estes lockdowns pode ter impacto significativo sobre a demanda global no mês de maio.
Com isso dito, a continuidade da guerra na Ucrânia e as consequentes sanções contra a Rússia seguem proporcionando suporte ao mercado. Este ano, o petróleo atingiu níveis máximos plurianuais, sendo que o Brent alcançou US$ 139 em março, seu preço mais alto desde 2008.
A BP (LON:BP) não antecipa quedas significativas nos preços do petróleo a curto prazo, já que o volume de petróleo russo afetado pelas sanções ocidentais deve dobrar, disse na terça-feira o CEO da empresa, Bernard Looney.
"Há um milhão de barris por dia de petróleo russo fora do sistema hoje ... Achamos que isso deve dobrar este mês, quando as sanções existentes entrarem em vigor", disse Looney.
Além disso, espera-se que a União Europeia materialize planos para reforçar as sanções contra a Rússia esta semana, possivelmente concordando com um embargo ao petróleo de Moscou.
Houve desacordo no bloco sobre dar ou não este próximo passo, mas as expectativas estão em alta após a Alemanha, maior economia da união e líder de fato do bloco, afirmar que estava preparada para apoiar um embargo imediato. Um acordo poderia incluir exceções para a Hungria e a Eslováquia, ambas fortemente dependentes das importações de petróleo da Rússia.
"Se for imposto o embargo ao petróleo russo, nossa expectativa é que os preços do petróleo capturem mais volatilidade", disse Naeem Aslam, analista da AvaTrade.
"No entanto, o diabo está sempre nos detalhes e isso significa que, se o embargo for aplicado, o fator mais importante a ser observado será quando esse embargo irá ocorrer, já que também há muita antecipação quanto ao fato de que as sanções contra o petróleo russo não entrarão em vigor imediatamente", acrescentou.
Os dados mais recentes sobre o inventário dos EUA publicados pelo grupo setorial American Petroleum Institute devem sair mais tarde no pregão, como precursores dos dados oficiais da Energy Information Administration na quarta-feira.