Investing.com - Os preços do petróleo despencaram no comércio norte-americano desta quarta-feira, ampliando as perdas alcançadas durante a madrugada, em meio a especulações de que uma reunião dos principais produtores de petróleo no final desta semana vai terminar sem uma decisão, o que levaria a grandes mudanças na produção.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo vai se reunir na quinta-feira em Viena, embora nenhum anúncio drástico sobre o corte da produção seja esperado.
A reunião mais recente do cartel do petróleo no Catar, em abril, terminou sem acordo para congelar a produção nos níveis atuais devido à insistência da Arábia Saudita de que o Irã deve fazer parte do acordo.
O ministro do Petróleo Emirados Árabes Unidos, Suhail bin Mohammed al-Mazroui, disse terça-feira que o mercado de petróleo está passando por uma fase de correção para cima e que ele está satisfeito com a situação atual do mercado. Os comentários foram vistos como uma menor probabilidade de que a Opep vai adotar um congelamento de produção mundial.
Na ICE Futures Exchange de Londres, o petróleo Brent com vencimento em julho atingiu uma baixa da sessão de US$ 48,65 por barril, o nível mais fraco desde 24 de maio. O Brent foi negociado a US$ 49,03, às 14h31min. GMT, ou 10h31min. ET, uma quda de 86 centavos, ou 1,72%.
Na véspera, os futuros do Brent negociados caíram 47 centavos, ou 0,93%, uma vez que os participantes do mercado se concentraram no aumento da produção dos produtores do Oriente Médio.
De acordo com relatórios recentes, o Iraque planeja exportar 5 milhões de barris de petróleo em junho. A Arábia Saudita, o Kuwait, o Irã e os Emirados Árabes Unidos também estão planejando aumentar a oferta no final deste ano.
Na quinta-feira passada, os preços do Brent atingiram uma alta de quase oito meses de US$ 50,96, uma vez que as interrupções não planejadas no abastecimento da Nigéria aliviaram as preocupações sobre um excesso mundial.
Os preços do Brent subiram aproximadamente 85% desde a queda abaixo do nível de US$ 30 por barril em meados de fevereiro.
Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), o petróleo com vencimento em julho caiu 95 centavos, ou 1,93%, e foi negociado a US$ 48,15 por barril, após ter caído para US$ 47,75, um nível não visto desde 24 de maio. Na terça-feira, os preços do petróleo negociados em Nova York caíram 23 centavos, ou 0,47%.
Os participantes do mercado estavam aguardando novos dados semanais sobre os estoques norte-americanos de produtos brutos e refinados. O American Petroleum Institute (API) divulgará seu relatório sobre reservas no final do dia, ao passo que o relatório do governo de quarta-feira pode revelar que os estoques de petróleo bruto subiram 2,7 milhões de barris, na semana encerrada em 27 de maio.
Os relatórios serão divulgados um dia mais tarde que o habitual em virtude do feriado Memorial Day, na segunda-feira.
Na quinta-feira passada, os preços da Nymex subiram para US$ 50,21, o nível mais alto desde 9 de outubro. Os preços do petróleo dos EUA subiram quase 80% desde quando atingiram as baixas de 13 anos de US$ 26,05 em 11 de fevereiro, uma vez que que a diminuição da produção de xisto dos EUA impulsionou o sentimento.
De acordo com o prestador de serviços petrolíferos, Baker Hughes, o número de plataformas de perfuração de petróleo nos EUA caiu em 2 para 316, na última semana relatada, mantendo uma forte tendência de queda.
Enquanto isso, a diferença do contrato de Brent sobre o WTI ficou em 88 centavos, em comparação com uma diferença de 79 centavos no fechamento do pregão da terça-feira.