O petróleo recuou mais de 4% nesta terça-feira, após dados de inflação ao consumidor nos Estados Unidos renovarem expectativa por aumento de 25 pontos-base na próxima reunião do Federal Reserve (Fed). A continuidade do aperto monetário levanta incertezas sobre a demanda da commodity no país, em meio também a turbulências no sistema bancário.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para abril fechou em queda de 4,64% (US$ 3,47), a US$ 71,33 o barril, enquanto o Brent para maio, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), caiu 4,11% (US$ 3,32), a US$ 77,45 o barril.
Hoje, a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA renovou expectativas de que o Fed deve manter novas altas de juros para controlar a inflação, apesar das falências dos bancos Silicon Valley Bank (SVB) e Signature. Com o dado, os preços do petróleo e outras commodities foram pressionados, considerando a incerteza sobre a economia americana nos próximos meses.
Para a Oanda, o petróleo Brent abaixo do nível de US$ 80 parece sugerir um "crescente pessimismo" com a demanda do óleo no curto prazo. A empresa avalia que existem riscos de que o aperto das condições financeiras nos EUA levem a uma recessão moderada ou severa.
Ontem, a Fitch Ratings reiterou que espera cortes nos preços da gasolina na Europa e nos Estados Unidos devido a baixa demanda no continente europeu e aumento da produção nos EUA. No entanto, a agência aumentou suas perspectivas de preços do petróleo para 2024 e 2025, projetando uma moderação nos preços a longo prazo.
Já o TD Securities, avalia que o Ocidente está perdendo controle dos mecanismos de preços das commodities, o que pode influenciar a precificação, inflação, câmbio e geopolítica na próxima década.
Ainda no radar, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) manteve suas previsões para oferta e demanda do petróleo em 2023, dado que chegou a oferecer algum fôlego às negociações da commodity antes da publicação do CPI americano. Segundo o relatório mensal divulgado hoje, a Opep prevê alta na demanda global por petróleo em 2,3 milhões de barris por dia (bpd).