Por Peter Nurse
Investing.com - Os mercados de petróleo se recuperaram em meio a negociações voláteis na quarta-feira (22), mas permaneceram em níveis historicamente baixos, em meio a preocupações com a capacidade de armazenamento e um excesso de produção sem um fim à vista.
A alta de hoje é atribuída a um tuíte do presidente dos EUA Donald Trump contra o Irã. "Eu instruí a marinha dos Estados Unidos a abater e destruir toda e qualquer canhoneira iraniana se ameaçarem nossos navios no mar", escreveu.
Às 11h20 (horário de Brasília), os contratos futuros do petróleo dos EUA eram negociados em alta de 22,9%, a US$ 14,22 por barril, enquanto o índice de referência internacional Brent subia 8,2%, para US$ 20,92, tendo antes caído para US$ 15,99, nível mais baixo desde junho de 1999.
A recente queda acentuada no preço do petróleo - não vamos esquecer que o contrato do WTI de maio atingiu território negativo na segunda-feira - levou membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, o grupo chamado Opep +, a realizar uma reunião não programada na terça-feira. Não houve conclusão imediata.
Da mesma forma, o regulador de petróleo e gás do Texas, a Texas Railroad Commission, reuniu-se na terça-feira para ouvir argumentos para potencialmente reduzir a produção de petróleo em todo o estado, mas também não chegou a uma conclusão.
No mais recente sinal de excesso de oferta, o Instituto Americano de Petróleo informou na terça-feira que os estoques de petróleo dos EUA subiram 13,2 milhões de barris, contra as expectativas dos analistas de um aumento de 13,1 milhões de barris.
O relatório oficial de oferta do governo dos EUA deve ser publicado ainda nesta quarta-feira.
"Depois de um aumento recorde de 19,3 milhões de barris de petróleo na semana 15, agora prevemos um crescimento de 23,6 milhões de barris na semana 16, um golpe ainda mais devastador para a situação de armazenamento já sobrecarregada em Cushing e outros locais", disseram analistas da Rystad Energy em um nota de pesquisa.
"O mercado de petróleo está em apuros e é improvável que isso passe tão cedo", disse Stephen Brennock, da corretora de petróleo PVM. "A demanda é baixa, a oferta é alta e o armazenamento está cheio."
Embora os preços estejam subindo na quarta-feira, os riscos negativos estão dominando, concordaram analistas do Danaske Bank, "com conformidade limitada com a Opep +, uma reabertura mais lenta do que o esperado das economias ocidentais e/ou novas ondas de vírus que exigem novos fechamentos ainda são riscos importantes".
Dois números - 30% e 23% - contam a história de maneira simples, disse BNY Mellon. A demanda global provavelmente encolheu cerca de 30%, e os cortes na oferta da Opep + são de 23%, com alguns milhões de barris nas Américas.