Investing.com – Em uma reação impulsiva, o petróleo WTI futuro recuou rapidamente para terreno negativo no pregão norte-americano desta quinta-feira, após os dados mostrarem que os estoques dos EUA registraram aumento inesperado. Minutos após a divulgação, a matéria bruta conseguiu retornar para ganhos leves em meio a agitação no pregão. No entanto, o petróleo bruto americano ainda desvalorizou, enquanto que o Brent compensou os ganhos, operando praticamente estável em relação ao preço de abertura.
O petróleo bruto para entrega em fevereiro avançou US$ 0,25, ou 0,46%, na Bolsa de Valores de Nova Iorque, operando a US$ 53,81 o barril, às 14h12, frente ao valor de US$54,11 antes do relatório.
A Administração de Informações Energéticas dos EUA afirmou, no seu relatório semanal, que houve um acréscimo de 614 mil barris aos estoques de petróleo bruto na semana que se encerrou em 23 de dezembro. Os analistas do mercado esperavam uma diminuição de 2,060 milhões de barris nos estoques de petróleo, enquanto que o Instituto Americano do petróleo relatou um surpreendente crescimento de 4,2 milhões de barris na oferta.
Os estoques de petróleo em Cushing, Oklahoma, o principal ponto de distribuição de petróleo bruto da Nymex, registraram aumento de 172 mil barris na semana passada, segundo a EIA (Administração de Informações Energéticas). Os estoques totais de petróleo bruto dos EUA se mantiveram em 486,1 milhões de barris desde a semana passada, o que a EIA considera "perto do limite máximo da média para essa época do ano".
O relatório também mostrou que os estoques de gasolina registraram aumento de 1,593 milhão de barris, frente às estimativas de uma produção de 1,320 milhão, enquanto que os estoques de destilados caíram 1,811 milhão de barris, contra uma expectativa de aumento de 1,780 milhão.
Os dados foram divulgados um dia depois do convencional em virtude do feriado de segunda-feira.
Na ICE Futures Exchange de Londres, o petróleo Brent para entrega em março valorizou US$ 0,07, ou 0,04%, cotado a US$ 57,00, às 14h13, no horário de Brasília, frente ao valor de US$ 57,24 anterior à divulgação.
O Brent futuro negociado em Londres tocou a máxima de 17 meses, em US$ 57,89, no início deste mês, em meio ao otimismo com os cortes de produção planejados pelos principais produtores de petróleo do mundo, que devem entrar em vigor em 2017.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), e outros produtores liderados pela Rússia, anunciaram reduções de quase 1,8 milhão de barris por dia na produção de petróleo, com início em 1º de janeiro, em uma tentativa de estimular os preços e fortalecer o mercado.
Em um sinal de que os principais produtores de petróleo do mundo podem cumprir com o acordo, a Venezuela, país membro da Opep, afirmou que reduzirá a produção em 95.000 barris por dia em 2017.
Enquanto isso, os membros de um comitê formado por países membros e não membros da Opep, criado para monitorar o mercado, deve se reunir nos dias 21 e 22 de janeiro, segundo o ministro do petróleo do Kuwait, Essam Al-Marzoug, o que pode indicar antecipadamente a conformidade com o acordo.
Enquanto isso, o ágio dos contratos do Brent em relação aos contratos do petróleo WTI marcou US$ 3,14 o barril, às 15h17, frente a uma diferença de US$ 2,90 no fechamento do pregão da última quarta-feira.