(Reuters) - O plano do presidente norte-americano Donald Trump para restringir as importações de aço e alumínio por questões de segurança nacional foi atacado na Organização Mundial do Comércio (OMC) nesta sexta-feira, com China, União Europeia, Brasil, Austrália, Taiwan e Rússia manifestando preocupações.
O recurso de Trump a uma lei comercial do período da Guerra Fria permitiria restringir as importações de bens considerados críticos para a defesa nacional. Mas invocar a defesa nacional é praticamente um tabu na OMC, que regula o comércio internacional desde 1995, porque alguns especialistas em comércio acreditam que esse tipo de medida pode tornar mais fácil que países deixem de cumprir suas obrigações comerciais internacionais.
Representantes da China e da UE disseram ao Conselho de Mercadorias da OMC que as tarifas da "seção 232" não podem ser justificadas por motivos de segurança nacional, de acordo com uma autoridade de comércio que participou da reunião, enquanto outros mostraram preocupação com o risco potencial para o sistema de comércio mundial em si.
O governo Trump, que está estudando a imposição de tarifas, adiou a publicação de um estudo muito aguardado sobre o assunto até que o presidente tenha falado com os demais líderes do G20 na Alemanha na próxima semana, disse um funcionário do governo norte-americano na quinta-feira.
O adiamento não impediu algumas reclamações preventivas na OMC, com o representante da União Europeia dizendo na reunião que o bloco poderia ser penalizado com as tarifas norte-americanas, porque as exportações chinesas já estão amplamente sujeitas às restrições dos EUA, enquanto o Canadá e México provavelmente estarão isentos.
O diplomata norte-americano no encontro respondeu as críticas dizendo que se o secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, considerou que aço e alumínio estão sendo importados "em quantidades ou em circunstâncias tais que ameaçam prejudicar a segurança nacional".
(Por Tom Miles)