Por Christopher Johnson
LONDRES (Reuters) - Os contratos futuros do petróleo chegaram a subir mais de 5 por cento nesta segunda-feira, depois que os Estados Unidos e a China concordaram com uma trégua de 90 dias em uma disputa comercial, e antes de uma reunião dos produtores de petróleo da Opep esta semana, em que a expectativa é de um corte na oferta.
O petróleo Brent subia 2,31 dólares, ou 3,88 por cento, a 61,77 dólares por barril, às 9:19 (horário de Brasília).
O petróleo dos Estados Unidos avançava 2,18 dólares, ou 4,28 por cento, a 53,11 dólares por barril.
"Da Argentina até Alberta, as notícias do mercado de petróleo são sobre a contenção da oferta", disse Norbert Rücker, chefe de pesquisa de commodities do banco suíço Julius Baer. "Um ânimo no mercado vai provavelmente ampliar a alta dos preços de hoje no curto prazo".
A China e os Estados Unidos concordaram durante uma reunião do grupo das 20 principais economias mundiais realizada no fim de semana na Argentina em não impor tarifas adicionais por pelo menos 90 dias, enquanto os dois países se mantêm em negociações para resolver as disputas existentes.
0A guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo pesou muito sobre o comércio global, provocando preocupações com uma desaceleração econômica.
O petróleo não estava incluído na lista de produtos que enfrentam tarifas de importação, mas operadores disseram que o sentimento positivo da trégua também estava impulsionando os mercados de petróleo.
O óleo também recebia apoio de um anúncio feito pela província canadense de Alberta de que pretende forçar os produtores a reduzirem a produção em 8,7 por cento, ou 325 mil barris por dia, para lidar com um gargalo no oleoduto que levou à acumulação do produto.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo se reúne em 6 de dezembro para decidir a política de produção. O grupo, junto com a Rússia, aliada da Opep, deve anunciar cortes destinados a frear um excedente de produção que causou uma queda acentuada nos preços do petróleo em cerca de um terço desde outubro.
"Os mercados esperam ver um corte substancial na produção depois que o presidente russo, Vladimir Putin, disse que a cooperação de seu país com a Arábia Saudita vai continuar", disse Hussein Sayed, estrategista-chefe de mercado da corretora FXTM.
Dentro da Opep, o Catar disse nesta segunda-feira que vai deixar o grupo de produtores em janeiro.
A produção de petróleo do Catar é de apenas cerca de 600 mil bpd, mas o país é o maior exportador mundial de gás natural liquefeito (GNL).