NOVA DÉLHI (Reuters) - O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, afirmou que há o risco de um “novo modelo de colonialismo” caso nações que possuem reservas de minerais críticos não considerarem a custódia como uma “responsabilidade global”, à medida que empresas correm para garantir recursos cruciais para as metas de transição energética.
“Estamos experimentando esse desafio dos materiais críticos, terras raras e outros. Essas coisas são abundantes em alguns lugares e inexistentes em outros, mas toda a humanidade necessita delas”, disse Modi em encontro Business 20, neste domingo, em Nova Délhi.
“Aqueles que têm, caso não vejam como uma responsabilidade global, promoverão um novo tipo de colonialismo. Esse é o meu alerta.”
Os comentários ocorrem em um momento no qual os estoques adequados de minerais críticos para a transição a uma energia mais sustentável estão longe de estarem garantidos para todos, em meio a desafios como a diversificação geográfica desigual dos recursos.
Em 2022, a China detinha 70% da produção mineral de terras raras e abriga 85% da capacidade global de processamento. Neste ano, o país impôs restrições à exportação de gálio e germânio, usados para a produção de chips de computador e outros componentes, decisão vista como retaliação à restrição dos EUA de vendas de tecnologia à China. Modi afirmou que a Índia pode construir uma cadeia de suprimentos eficiente e confiável, em contraste ao status pré-COVID quando "quebraram no momento em que o mundo mais precisava delas”. (Reportagem de Shivangi Acharya)